O ex-presidente americano Joe Biden foi diagnosticado com uma forma agressiva de câncer de próstata, conforme revelado em comunicado oficial divulgado por sua assessoria. O diagnóstico representa um novo desafio de saúde para o político de 82 anos.

+ NOTÍCIAS NO GRUPO NM DO WHATSAPP 

Biden procurou atendimento médico na semana passada após apresentar sintomas urinários crescentes. Durante os exames, foi descoberto um nódulo prostático, que levou a investigações mais aprofundadas, levando à descoberta de um câncer de próstata com escore de Gleason 9 (Grupo de Grau 5)  – sistema de classificação que avalia a agressividade do tumor prostático, variando de 6 a 10 – e metástase óssea (indicação de que a doença se espalhou para além da próstata, atingindo os ossos).

Apesar da gravidade do diagnóstico, há uma nota otimista: o câncer parece ser sensível a hormônios, o que permite opções de tratamento mais eficazes. Biden e sua família estão atualmente revisando as alternativas terapêuticas com sua equipe médica, aponta a nota oficial.

Compreendendo o câncer de próstata

O câncer de próstata é o tipo mais comum de câncer entre os homens, ficando atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. No Brasil, são esperados mais de 71 mil novos casos anuais entre 2023 e 2025, com 75% dos diagnósticos ocorrendo após os 65 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

A próstata é uma glândula do tamanho de uma noz, exclusiva do sexo masculino, responsável pela produção do líquido seminal. Localizada abaixo da bexiga e envolvendo a uretra, sua função é nutrir e transportar os espermatozóides.

“A maioria dos casos ocorre esporadicamente. Contudo, existe um número representativo de tumores de próstata que estão associados a fatores genéticos hereditários. A presença de outros casos na família aumenta esse risco, mas a hereditariedade pode ocorrer mesmo na ausência destes casos”, explica Denis Jardim, líder nacional da especialidade de tumores urológicos da Oncoclínicas&Co.

O especialista destaca que mutações em genes como BRCA1 e BRCA2, comumente associadas ao câncer de mama e ovário, também podem aumentar o risco de câncer prostático. “A hereditariedade desempenha um papel importante em uma pequena porcentagem dos casos, mas o conhecimento desse fator permite uma vigilância mais ativa e estratégias de rastreamento mais adequadas”, reforça Jardim.

Os sintomas silenciosos (caso Biden)

O câncer de próstata é conhecido como um “tumor silencioso”, especialmente em seus estágios iniciais. “De maneira didática, podemos dizer que durante toda a vida, nossas células se multiplicam e as antigas são substituídas pelas novas. Contudo, quando há um crescimento descontrolado, são formados tumores tanto benignos, quanto malignos – como é o caso do câncer de próstata”, explica Jardim. Quando os sintomas aparecem, geralmente incluem:

  • Dificuldade para urinar
  • Presença de sangue na urina
  • Problemas renais (em estágios avançados)
  • Dor óssea (em casos de metástase)

O caso de Biden ilustra perfeitamente essa característica: os sintomas urinários crescentes levaram à descoberta do nódulo e, consequentemente, ao diagnóstico.

A importância do rastreamento

Por ser uma doença silenciosa, o rastreamento é fundamental. A principal ferramenta de diagnóstico precoce é o exame de PSA (antígeno prostático específico), um simples exame de sangue que mede uma proteína produzida pela próstata.

Especialistas recomendam que homens acima de 50 anos realizem anualmente o exame clínico (toque retal) e a dosagem do PSA. Para aqueles com histórico familiar da doença, o rastreamento pode começar mais cedo.

“Por apresentar sintomas mais evidentes quando a doença já apresenta evolução, é recomendável que homens a partir de 50 anos façam anualmente o exame clínico (toque retal) e a medição do antígeno prostático específico (PSA) – feita em unidades de nanogramas por mililitro (ng/ml) por meio de um exame simples de sangue – para rastrear possíveis alterações que indiquem aparecimento da doença. Quando há suspeita da neoplasia, é indicada uma biópsia através de ultrassonografia transretal para a confirmação do diagnóstico, precedida muitas vezes de uma ressonância”, destaca o oncologista.

Perspectivas de tratamento

O tratamento do câncer de próstata varia conforme o estágio e agressividade do tumor. No caso de Biden, com metástase óssea, as opções incluem:

  • Bloqueio hormonal
  • Quimioterapia
  • Medicamentos para controle da testosterona
  • Radioisótopos (nova classe de medicamentos que emitem radioterapia localizada no osso)

“Em estágio inicial e de baixa agressividade, devemos manter um acompanhamento contínuo de consultas e exames, além do tratamento. Quanto aos pacientes que apresentam metástases, temos uma série de abordagens que podem ser realizadas, como quimioterapia, bloqueio hormonal, medicamentos para controle da ação da testosterona e ainda os chamados radioisótopos, que são uma nova classe de medicamentos com partículas que se ligam ao osso e passam a emitir doses de radioterapia local”, orienta Jardim.

A sensibilidade do tumor aos hormônios é um fator positivo, pois permite que tratamentos hormonais sejam mais eficazes em controlar a progressão da doença.

Uma luta compartilhada

O diagnóstico de Biden coloca luz sobre uma realidade que afeta milhões de homens globalmente. Segundo dados brasileiros, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos, demonstrando como a idade é um fator de risco significativo.

O caso do ex-presidente também reforça a importância da vigilância médica regular e do diagnóstico precoce. Embora seu caso represente um estágio mais avançado da doença, os avanços na medicina oncológica oferecem múltiplas opções terapêuticas que podem proporcionar qualidade de vida e controle da doença.

A transparência sobre seu diagnóstico pode servir como um importante alerta para outros homens sobre a necessidade de realizar exames preventivos regulares, especialmente após os 50 anos ou em casos com histórico familiar da doença.


Sobre a Oncoclínicas&Co 

Oncoclínicas&Co é o maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, com um modelo hiperespecializado e inovador voltado para a jornada oncológica. Com um corpo clínico formado por mais de 2.900 médicos especialistas em oncologia, a companhia está presente em 40 cidades brasileiras, somando mais de 140 unidades. Com foco em pesquisa, tecnologia e inovação, o grupo realizou nos últimos 12 meses cerca de 682 mil tratamentos.

A Oncoclínicas segue padrões internacionais de excelência, integrando clínicas ambulatoriais a cancer centers de alta complexidade, potencializando o tratamento com medicina de precisão e genômica. Parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Harvard Medical School, adquiriu a Boston Lighthouse Innovation (EUA) e possui participação na MedSir (Espanha). Integra ainda o índice IDIVERSA da B3, reforçando seu compromisso com a diversidade.

Com o objetivo de ampliar sua missão global de vencer o câncer, a Oncoclínicas chegou à Arábia Saudita por meio de uma joint venture com o Grupo Al Faisaliah, levando sua expertise oncológica para um novo continente. Saiba mais em: www.oncoclinicas.com.

 

Leia+ Sobre saúde aqui no NMomento