O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a decisão de cortar a taxa básica de juros em mais 0,75 pontos percentuais, superando o consenso de mercado de 0,50 p.p. A partir de agora, a Selic passa para 3% em mínima histórica, ficando pouco acima da projeção de 2,75% para o final deste ano.
Entre os principais motivos para tal decisão, estão os efeitos devastadores da pandemia de coronavírus sobre a economia brasileira. Além disso, o Copom também reforçou a mensagem de que a política monetária dependerá de novos dados sobre a economia e sobre a situação fiscal do país.
A leitura é que o Banco Central está confirmando a possibilidade de, ao menos, mais um corte de 0,25 p.p., se necessário futuramente. A notícia é positiva, principalmente após a agência de classificação de risco Fitch revisar para ???negativa??? a perspectiva de nota de crédito do Brasil.
Outro ponto importante foi a relevância dada à manutenção da agenda de reformas no pós-pandemia. ?? fato que tais reformas agora se tornam ainda mais desafiadoras, devido ao aumento do déficit fiscal.
Mas, se por um lado, a redução dos juros chega como medida para reanimar a atividade econômica, com uma inflação esperada de 1,97% para o final do ano, o juro real utilizado no cálculo dos rendimentos dos investimentos passa para 1,03% ao ano. Sendo assim, apesar do rendimento muito baixo, o fator segurança é o que passa valer neste período de incertezas.