“Lara e o Pássaro” e a Alvorada Cultural embarcam numa viagem
pelo interior paulista para apresentar o espetáculo infantil. Depois de ter sido exibida em Guarujá, a próxima parada é em Americana, no dia 9 de julho, em duas apresentações, às 15h no Teatro Municipal Lulu Benencase, que fica na rua Gonçalves Dias, 696 – Jardim Girassol; e no Café da Alvorada, às 17h, que fica no mesmo teatro.
A peça irá passar, ao todo, por oito cidades, com dez apresentações. A mini-turnê marca o início de um novo momento para o espetáculo, que cessou as apresentações presenciais por causa da pandemia da Covid-19, provou a experiência de realizar a peça de forma virtual e agora retorna para o palco, ao vivo e com plateia.
Em cena, o público poderá conferir a história da menina Lara e a sua jornada para se reaproximar da irmã mais nova, Cora. A trama se desenvolve no quintal da casa das meninas, que se transforma num universo fantástico povoado de seres mágicos, entre eles a árvore, a brisa, a lagarta e o gato. A busca da personagem título do espetáculo é também pelo pássaro azul evocado pela caçula. Perpassam a trama temas como os dilemas do crescimento e passagem da infância para a adolescência, o conflito entre irmãs e os laços afetivos criados a partir da disposição de ser sensível e compreender o outro.
Além de Americana, “Laura e o Pássaro” ainda será apresentado em em Botucatu (19/7). As apresentações são gratuitas. A iniciativa recebeu apoio financeiro do ProAC – Programa de Ação Cultural do governo do estado de São Paulo, por meio do edital 6/2022 voltado à circulação de espetáculos para o público infanto-juvenil. A duração do espetáculo é de 50 minutos e a classificação é livre.
Autoria e inspiração: influências do espetáculo vão do teatro simbolista do século 19 ao cinema japonês contemporâneo
O espetáculo “Lara e o Pássaro” nasceu da união do “O Pássaro Azul”, livro clássico do dramaturgo, poeta e ensaísta belga Maurice Maeterlinck com as obras do diretor de cinema de animação, o japonês Hayao Miyazaki. Ambos proeminentes em suas áreas, o europeu recebeu em 1911 o prêmio Nobel de literatura, enquanto o oriental, foi laureado com o Oscar de Melhor Filme de Animação em 2003, com “A viagem de Chihiro”.
A combinação de elementos, à primeira vista díspares, funcionou tão bem em cena graças à reunião dos talentos que assinam a obra. A ficha técnica do espetáculo conta com a dramaturgia de Sofia Fransolin, Luciana Mizutani e, na direção, Marcelo Onofri. Agora, em 2023, o espetáculo conta com a colaboração da bonequeira Júlia Barnabé.
Fransolin é mestre pela Unicamp e atualmente cursa o doutorado na mesma instituição, em artes da cena. Sua carreira como dramaturga está em ascensão, seus trabalhos mais recentes têm tido destaque na cena teatral paulista. Mizutani é mestre e doutora em artes da cena pela Unicamp. Ela tem também um longo e reconhecido trabalho como professora de teatro nas cidades de Campinas e Americana, em São Paulo.
Destaque ainda para Onofri, responsável pela trilha sonora do espetáculo, um dos pontos altos da peça. O diretor musical também emprestou seu talento e ao lado de Eduardo Okamoto pôde ser visto no espetáculo “Um jardim para educar as bestas”, que ficou em cartaz no SESC Vila Mariana em abril deste ano.
O grupo, inicialmente formado em 2016 com o nome de Coletivo Animales, era formado por estudantes da graduação. A proposta era desdobrar e pesquisar um interesse em comum: a cultura pop. Três anos mais tarde, em 2019, nascia “Lara e o Pássaro”, segundo trabalho do grupo e o primeiro voltado ao público infantil, envolvendo também, além dos estudantes, professores e pesquisadores da Unicamp.
As quatro primeiras apresentações do espetáculo foram viabilizadas pelas políticas de extensão e permanência estudantil da Unicamp. O espetáculo foi encenado no campus da universidade ainda em 2019.
No ano seguinte, 2020, a iniciativa foi contemplada pela Campanha de Popularização do Teatro de Campinas, promovida pela prefeitura antes do início da pandemia. Na oportunidade, “Lara e o Pássaro” foi apresentado no Teatro Municipal Castro Mendes no dia 30 de janeiro, fazendo parte da programação infantil da iniciativa. Somando o público dos dois anos de apresentações, estima-se que mais de mil pessoas tenham acompanhando o espetáculo de forma presencial.
Durante a pandemia, a peça “Lara e o Pássaro” foi apresentada de forma virtual no 19° Festival Internacional de Teatro de Havana (Cuba), e teve uma versão online do espetáculo licenciada para a plataforma Cultura em Casa.
Novo amanhecer: espetáculo ganha casa nova e se une a uma mobilizadora cultural do interior paulista
A peça “Lara e o Pássaro” fazia parte do repertório do Coletivo Animales, no entanto, quando grupo se desfez em 2022, a produtora Alvorada Cultural abraçou a ideia e topou dar continuidade ao projeto. A iniciativa é formada pelos artistas da cena e produtores culturais Gabriel Pangonis, Juliano de Assis e Luan Assunção. A série de apresentações no interior paulista celebra, portanto, não só o retorno do espetáculo no pós-pandemia, mas também o resgate e andamento da produção.
A peça é conhecida do trio, dois deles, Pangonis e Assunção, estrelam o espetáculo, ao lado das atrizes Catarina Eichenberger e Giovana Telles. As duas atrizes também integravam o Coletivo Animales.
Além de “Lara e o Pássaro”, a Alvorada Cultural está envolvida em uma série de ações artísticas, atuando principalmente no circuito da Região Metropolitana de São Paulo. Nesses dois anos de atividades, os trabalhos começaram em 2021, a produtora marcou presença na inauguração do Espaço Cultural Circo Lunar, em Mauá, promoveu a circulação independente do experimento cênico de “Abrindo Roda”, nos municípios de Santos e São Paulo e o lançamento do primeiro livro infantil de Gabriel Pangonis, “Caetano e o Gato”, nas cidades de São Paulo e Campinas.
A Alvorada Cultural realizou também duas edições do “Café da manhã dos produtores” com os fazedores de cultura do ABC Paulista e o 1° Encontro de Artes Circenses de Mauá.
A produtora, ao lado da AEQ Produções, criou ainda o podcast “Buteco Criativo”. A iniciativa, que estreou no final de 2022, reuniu fazedores de cultura da região do ABC. O formato foi criado teatralmente para trazer a ambientação de uma conversa na mesa de “buteco” e acompanha, de forma descontraída, diversas discussões culturais. Os episódios somam cerca de 500 reproduções em todas as plataformas.
A movimentação intensa em tão pouco pode ser traduzida em números: a produtora impactou mais de 2100 pessoas e envolveu em seus projetos 60 profissionais da área cultural. A repercussão social desses trabalhos evidencia a proposta do trio desde o início. Pangonis, Assis e Assunção acreditam que a cultura é um caminho possível tanto para a ampliação da qualidade de vida quanto para o exercício da cidadania. Dessa forma, os três creem que a Alvorada Cultural se constituiu como uma associação que reúne, organiza, potencializa e gere o trabalho dos seus membros e suas redes colaborativas.
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Calendário de apresentações de “Lara e o Pássaro” em 2023, no interior paulista
9 de julho – Americana
19 de julho – Botucatu
Ficha Técnica Completa
Direção: Luciana Mizutani
Dramaturgia: Sofia Fransolin
Direção Musical: Marcelo Onofri
Elenco: Catarina Eichenberger, Gabriel Pangonis, Giovana Telles, Luan Assunção
Visualidades: Coletivo Animales, sob orientação de Helô Cardoso
Figurino: Beatriz Schwartz
Orientação: Eduardo Okamoto
Iluminação: Ana Fariña e Gabriel Pangonis
Operação de luz: Ana Fariña
Operação de som: Eva dos Santos
Produção: Alvorada Cultural
Direção de Produção: Luan Assunção
Produção Executiva: Gabriel Pangonis
Assistente de Produção: Juliano de Assis
Produtores Locais:
Coordenação de Comunicação: Paulo Xavier
Gestão de Redes Sociais: Felipe Bernardes
Assessoria de Imprensa: Com.tato
Fotos: Vitória Eichenberger
Audiovisual: Rafaela Bermond e equipe Bermond Produções
Classificação etária: Livre.
Duração: 50 minutos.
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