Muitas notícias têm sido divulgadas por jornais e sites da região, acerca da diminuição no número de assessores parlamentares na Câmara Municipal de Santa Bárbara d???Oeste, assunto que vem ganhando espaço na mídia falada e escrita há muito tempo.

A população opina favoravelmente à redução, uns, tecem inclusive, comentários maldosos e deveras ofensivos contra aqueles que desempenham esta função. Há um fato em toda essa história que foi e é ignorado por grande parte da mídia, ou seja, explicar à população, detalhadamente, a verdadeira função do assessor, bem como, as funções que não são inerentes ao cargo, porém, devido às necessidades da população têm que ser realizadas.

A maior crítica que se ouve acerca desta classe, é que todos são acomodados, cabides eleitorais e demais adjetivos que diminuem a verdadeira realidade enfrentada cotidianamente por quem realiza este trabalho tão importante para a população. Obviamente, assim como em todos os setores, existem os bons e os maus assessores, bem como, existem os bons e os maus prefeitos, vereadores, policiais, enfim, em todas as classes existem os exemplos e as escórias. Assessor, na etimologia, vem do latim ???consuasor???.

Assessor é aquele que aconselha, auxilia, orienta e acompanha o assessorado, no caso em tela, o vereador. O assessor é o ???longa manus??? do parlamentar, ou seja, os braços longos do vereador, pois onde este não alcançar, o assessor alcançará, não deixando jamais a população sem a devida atenção. O assessor é aquele que perde sua identidade e ganha a identidade do vereador para quem ele presta serviço, tornando-o ainda mais responsável por seus atos, pois, como exemplo, são inúmeros casos em que fatalidades ocorrem envolvendo assessores políticos e as manchetes são sempre essas: ???Assessor do vereador Fulano de Tal é preso…???, ???Assessor do vereador Cicrano é vítima de assalto…???, enfim, o assessor perde seu reconhecimento e passa a responder pela alcunha de ???assessor do…???.

 Apesar dos pesares, ser assessor é uma função extremamente gratificante, pois lhe permite conhecer pessoas de todas as esferas da cidade, bem como ajudar àqueles que vêm à procura do vereador às vezes com uma última esperança. Ser assessor é auxiliar o vereador na elaboração de projetos, emitir pareceres informais ao mesmo, bem como utilizar-se da experiência de vida e dos estudos (no meu caso faculdade de direito) para orientar e nortear todos os documentos e projetos que possam melhorar a qualidade de vida da população.

O Tribunal de Contas do Estado, bem como o Ministério Público, chegaram à conclusão de que 03 assessores é um fardo muito pesado para o município carregar, porém, os mesmos se esqueceram que no ano de 2012, cada vereador poderia contar com 05 assessores, número que na minha modesta opinião é exorbitante e extremamente desnecessário. Vivemos atualmente numa cidade com cerca de 200.000 habitantes, com uma extensão territorial imensa, como exemplo, da primeira rua do município, na divisa com Americana, a Rua do Chumbo, no Bairro Mollon, até a última, Rua Orlando Jacomassi, no Bairro Chácaras Pinheirinho, são mais de 18 quilômetros, em outro aspecto, da Rua Francisco de Cillo, no Recreio Alvorada, até a Rua Haroldo Antônio Bataglia, no Parque Planalto, são 14 quilômetros de distância. Desta forma, é uma grande cidade, necessitando de atenção especial.

O número atual de assessores corresponde à verdadeira necessidade do município e caso seja diminuído, o trabalho realizado pelos parlamentares que concomitantemente são os representantes da população, será imensamente prejudicado. Existe um pedido para que os assessores sejam concursados, ora, o cargo de assessor parlamentar, é considerado um cargo de confiança, desta forma, o assessor tem de possuir a extrema confiança do vereador, pois, lida com documentos oficiais e colocar uma pessoa concursada para um cargo desta envergadura, seria o mesmo que realizar um concurso para babá do seu filho, será que você teria confiança em deixar assuntos de extrema importância nas mãos de um desconhecido? Sem desmerecer os concursados, porém, para este tipo de situação não é cabível. Por fim, gostaria de ressaltar ao nobre Relator do Tribunal de Contas e ao nobre Promotor, que se lembrem de que por trás de cada assessor, existe uma família que depende deste e da mesma forma que vocês (cujos salários são maiores e bem maiores que de qualquer assessor, se eu não estiver enganado) possuem uma família que dependem do seu labor.

Leo Toffaneto – Bacharel em Direito e Assessor Parlamentar na Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste