A morte é algo natural e enfrentar e superar a dor de uma perda faz parte do desenvolvimento de todo o ser humano. Para as crianças, o processo tende a ser ainda mais complexo, por isso, os pais geralmente têm muitas dúvidas sobre como abordar o tema.

Muitas vezes, o luto é considerado um tabu dentro de uma família e não é exposto para as crianças. “Quando a questão é mal resolvida entre os adultos, os filhos acabam enfrentando dificuldades, por exemplo, no que se refere a lidar com as emoções e mostrar sentimentos diante do falecimento de um ente querido.  Por isso, é importante não se esquivar de  falar sobre o tema com as crianças”, indica Filipe Colombini, psicólogo especializado em orientação parental e fundador da Equipe AT.

Veja a seguir as dúvidas mais comuns dos pais, esclarecidas pelo especialista:

  • Quando conversar sobre a morte com seu filho? “Apesar de ser uma conversa importante e necessária, o ideal é que os pais e familiares abordem o assunto à medida em que as questões forem levantadas pelos pequenos. Assim, é possível transmitir o que a criança realmente tem necessidade de saber, evitando sentimentos de ansiedade e medo”, explica Colombini.

 

  • Como abordar o assunto? “É importante que no momento da conversa seja levado em conta em qual fase de desenvolvimento seu filho está. Na primeira infância, a abordagem deve ser mais lúdica do que o conteúdo passado para crianças mais velhas, por exemplo”, diz o psicólogo. “Isso é essencial para não alimentar a imaginação dos pequenos com coisas que eles ainda não entendem”, conclui.

 

  • Devo levar meu filho a um enterro ou cremação? “O funeral é um rito que marca um término, dando um espaço importante para que alguns sentimentos relacionados ao luto, como tristeza e frustração, possam ser vivenciados. Porém, é importante ressaltar que é essencial respeitar os limites da criança, nunca obrigando seu filho a ir nesse tipo de evento”, afirma Colombini.

 

  • Devo procurar ajuda profissional? “Quando acontece a perda de alguém querido, um psicólogo pode auxiliar dando tanto apoio às crianças como orientação para os adultos da família. Esse amparo aos pais também é interessante para que os adultos lidem com o próprio luto e, assim, fiquem mais preparados para oferecer suporte aos seus filhos”, aconselha.

 

Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico (AT) e atendimento fora do consultório, que atua em São Paulo (SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.