O medo de dentistas ainda faz muitos brasileiros sentirem desconforto, tremerem e até evitar o consultório odontológico. Seja por algum trauma, uma fobia ou até mesmo ansiedade diante de possíveis tratamentos odontológicos, a verdade é que a saúde bucal no Brasil precisa de atenção. Segundo dados da pesquisa SB Brasil 2020/2023, a presença de cáries em crianças de até cinco anos de idade tem diminuído, afetando cerca de 46% dessa população.
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Apesar disso, o índice ainda é alto. Da mesma forma, com relação à população geral, a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal aponta que 5 milhões de brasileiros sofrem com problemas relacionados à carie. Em contrapartida, a World Dental Federation estipula que, em termos de saúde bucal, adultos devem ter um total de 32 dentes e nenhuma cárie dentária para sempre considerados saudáveis.
Para a odontóloga Nayara Castro, que ao longo de 15 anos de consultório se especializou em próteses e implantes – além de procedimentos estéticos -, o acolhimento dos pacientes e a humanização do tratamento é fundamental para reverter esse cenário que torna a cadeira do dentista tão temida pelos brasileiros e ameaça a saúde bucal do País.
Medo superado pelo acolhimento
Um exemplo da importância desse movimento é o caso da empresária Vanessa Rigotti. Aos 13 anos, ela passou por uma experiência que resultou em um trauma “Mordi uma farinha de puba e senti que doeu o dente. Fui ao dentista e lá ele falou que o dente estava pendurado e que tinha que tirar. E eu achei que era uma coisa fácil, mas era uma cirurgia. Ele simplesmente começou a fazer o procedimento e quando eu vi a agulha, o sangue, o bisturi, e senti tudo aquilo que eu nunca tinha sentido antes, eu desmaiei”, relembra.
Com isso, Vanessa se juntou aos brasileiros que evitam a visita ao dentista até as últimas consequências. No entanto, ela conta que essa impressão negativa após o trauma se desfez quando teve contato com a abordagem de Nayara. “Quando fui ao consultório dela, fiz uma consulta básica para ver se estava tudo certo. Mas, só de entrar no consultório, eu comecei a passar mal, comecei a chorar, suar e ficar nervosa. Marcamos uma nova consulta e ela foi me conquistando, igual criança mesmo. A todo tempo ela dizia ‘eu vou tocar aqui agora, vou fazer isso você vai sentir aquilo’, coisa que ninguém nunca tinha feito”, relata.
A partir do cuidado e compreensão da profissional, Rigotti conta que perdeu o medo de realizar tratamentos para efeitos do bruxismo, sensibilidade nas gengivas e até mesmo para finalmente lidar com as consequências do acidente sofrido aos 13 anos. “Obviamente, eu nunca coloquei um implante depois do que aconteceu, mas já até marcamos, porque nela eu confio”, afirma.
Papel do odontólogo Medo de dentista
Para a odontóloga Nayara Castro os avanços com pacientes como Vanessa partem da dedicação em escutar o paciente e tratá-lo da melhor forma. “Precisamos priorizar o atendimento mais empático, acolhedor, com foco no bem-estar físico e emocional do paciente. Além disso, novas técnicas e tecnologias – como métodos de sedação consciente, tratamento minimamente invasivo -, têm contribuído significativamente para tornar a experiência no dentista mais tranquila e segura”, explica.
Experiente, a especialista entende que o medo afasta boa parte dos brasileiros. Porém, ela ressalta que isso tem um risco alto já que problemas bucais não tratados podem evoluir a ponte de afetar a saúde em geral do paciente ou mesmo impactar na realização de outros procedimentos cirúrgicos devido ao risco de infecção. Assim, Nayara reforça a importância de uma nova abordagem no consultório odontológico para desfazer esse distanciamento. “Essa transformação da odontologia têm permitido que cada vez mais pessoas superem antigos traumas e retomem o cuidado com a saúde bucal de forma positiva e confiante. Cuidar do sorriso hoje é também cuidar da autoestima e da qualidade de vida”, explica.
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