O medo de ir ao médico acomete muitas pessoas. Os motivos são diversos, incluindo confiança nos profissionais, experiências negativas vivenciadas ou que se tornaram conhecidas como notícias sobre cirurgias malsucedidas e erros técnicos, esquecimento de instrumentos dentro do corpo do paciente, medicação administrada equivocadamente, entre outras. No entanto, o medo pode esconder um grande perigo.
A Iatrofobia, conhecida também como a ???Síndrome do Jaleco Branco???, é uma manifestação fónica específica. Pessoas que sofrem do mal tendem a evitar ativamente o contato com médicos e outros profissionais da saúde. Segundo a diretora do Departamento de Psicologia da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), Karla Carbonari, essa fobia é difícil de ser diagnosticada, pois além de ser uma patologia pouco conhecida, é difícil de ser diagnosticada, devido a recusa dos doentes em se consultar com profissionais de saúde.
De acordo com a psicóloga, um indivíduo portador dessa fobia têm pavor de ambientes hospitalares e mesmo quando pensam em profissionais de saúde ou em uma possível doença, alteram o comportamento, agitando-se, apresentando tremores e até mesmo podendo perder a coerência dos pensamentos. ???Pessoas que sofrem com a fobia, tendem a adiar exames médicos de rotina, recorrendo a automedicação como forma equivocada de evitar doenças ou problemas de saúde, prejudicando a prevenção e diagnóstico precoce de algumas doenças ??? afirma.
Segundo a especialista, o acompanhamento psicológico é importante para reconstruir a autopercepção do paciente, pois o tratamento das fobias se faz com a associação de psicoterapias e medicamentos. ???Uma alternativa interessante pode ser a oferta de serviços de acolhimento e até mesmo serviços online ou via telefone para iniciar a aproximação, que busquem fortalecer os vínculos para facilitar a abordagem, com objetivo de reduzir a ansiedade do paciente, tornando possível e menos ameaçador o contato pessoal posterior???.
Karla Carbonari, alerta que as fobias atingem cerca de 10% da população, habitualmente se manifestando na infância ou adolescência, podendo persistir até idade adulta, se não acompanhadas adequadamente. A especialista ainda ressalta que as fobias acometem com mais frequência pessoas do sexo feminino, com exceção da fobia social, que atinge igualmente homens e mulheres.