A batalha travada na Câmara dos Deputados contra alterações no Código Florestal brasileiro merece aplausos. A Medida Provisória 867, assinada pelo então presidente Michel Temer, caducou no último dia 03 de junho mas é aguardada outra tentativa de flexibilizar a legislação ambiental – atitude com a qual não podemos compactuar.
O Partido Verde sempre trabalhou arduamente pela preservação e avanço das políticas públicas em defesa do meio ambiente. Não é e nem se pretende ser, porém, o único a hastear esta bandeira.
Eleito para comandar a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o deputado federal de primeiro mandato Rodrigo Agostinho (PSB), conseguiu sua primeira vitória e lugar ao sol no Congresso Nacional ao evitar a apreciação da MP com 35 emendas que, na prática, suavizavam a exigência de restaurar áreas nativas determinada pelo Código Florestal. Ponto para os ambientalistas.
Tal aprovação seria um retrocesso nas políticas públicas ambientais do Brasil e dificultaria, inclusive, que o país alcançasse as metas do Acordo de Paris – um compromisso ambiental firmado por 175 nações em prol do planeta.
Aquecimento global, derretimento das geleiras (diminuição das calotas polares), intensificação de eventos climáticos extremos, extinção de espécies, a constatação da presença de microplásticos na nossa alimentação. Nossa casa- única casa-, o globo não admite mais as agressões indiscriminadas à biodiversidade impostas pelo homem.
A revisão de nosso estilo de vida é imperiosa e deve acontecer com a máxima urgência se quisermos que nossos netos tenham um planeta para viver. O tom pode parecer alarmista e é. Criamos no oceano Pacífico uma ilha de lixo com uma área de 1,6 milhão de quilômetros quadrados. ?? uma área maior que o dobro do território da França toda coberta de plástico.
A batalha da semana está ganha, a luta continua. Não podemos deixar a conta, mais uma vez, ser paga pelo meio ambiente.
Chico Sardelli é empresário, presidente do PV em Americana e vice-presidente estadual do partido