Mielograma ganha relevância diante da alta incidência de doenças hematológicas no Brasil

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O Brasil mantém uma alta incidência de cânceres hematológicos, como leucemias e linfomas, o que acende um alerta para a importância do diagnóstico precoce. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 11,5 mil novos casos de leucemia por ano entre 2023 e 2025 (1), além de 13 mil casos anuais de linfomas não Hodgkin, doenças que frequentemente têm origem na medula óssea. Diante desse cenário, exames laboratoriais como o mielograma vêm ganhando protagonismo por permitirem a identificação precoce de alterações nas células do sangue e da medula óssea, o que amplia as chances de sucesso no tratamento.

De acordo com a Dra. Natalia Nunes, hematologista de Delboni Salomão Zoppi e Lavoisier, marcas da Dasa, o mielograma é um exame fundamental para investigar a causa de alterações hematológicas, como anemia persistente, baixa imunidade, plaquetas em queda ou suspeita de doenças malignas. “Ele permite observar diretamente a produção de células sanguíneas na medula, possibilitando entender se o problema está na formação, destruição ou infiltração dessas células. É um exame que ajuda a direcionar diagnósticos complexos de forma precisa”, explica.

Por ser um procedimento especializado, o mielograma deve ser solicitado por um médico e pode ser realizado em laboratórios que contam com equipes habilitadas para esse tipo de coleta e análise, como unidades do Delboni em Sumaré, além de hospitais que disponham de serviços de hematologia.

O exame consiste na coleta de uma pequena amostra de sangue da medula óssea, geralmente retirada da região posterior do quadril sob anestesia local, e sua análise microscópica permite identificar a presença de células imaturas, anormais ou infiltração por outras doenças (2). Apesar de parecer um procedimento invasivo, é rápido, seguro e amplamente utilizado para diagnosticar e monitorar a resposta ao tratamento de pacientes com leucemia, linfoma, mieloma múltiplo e outras síndromes hematológicas.

Além das doenças malignas, o mielograma também tem papel decisivo em quadros não oncológicos, como anemias graves, infecções crônicas e reações tóxicas a medicamentos. “É um exame especial que reflete o estado geral da “fábrica do sangue” e fornece informações que o hemograma não consegue mostrar. Essa visão global é o que o torna tão importante para o diagnóstico e o acompanhamento de doenças graves”, destaca a hematologista.

A conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce ainda é um desafio. Dados do Ministério da Saúde mostram que o atraso na identificação de doenças hematológicas reduz em até 40% as chances de resposta terapêutica (3). Nesse contexto, o mielograma se consolida como uma ferramenta essencial para o rastreamento e acompanhamento da saúde hematológica, permitindo que médicos atuem de forma mais preventiva e assertiva.

“O ideal é que as alterações hematológicas não sejam vistas como algo sem relevância. Quando associadas a sintomas persistentes como fadiga, sangramentos, palidez ou infecções recorrentes, o mielograma pode ser determinante para identificar a causa e iniciar o tratamento no momento certo”, conclui a Dra. Natalia.

 

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