(Reuters) – O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou nesta segunda-feira novos impostos sobre as exportações do terceiro maior produtor de soja do mundo e profundos cortes de gastos em uma tentativa de emergência para equilibrar o orçamento de 2019, enquanto seu governo de centro-direita tenta persuadir o FMI a acelerar um programa de financiamento de 50 bilhões de dólares.
As novas medidas de austeridade, anunciadas por Macri e pelo ministro da Economia, Nicolas Dujovne, foram provocadas por uma queda de 16 por cento no peso na semana passada, que elevou as perdas da divisa ante o dólar a 50 por cento neste ano.
O peso caiu 3,14 por cento após as novas medidas serem anunciadas. Alguns analistas alertaram que a moeda pode cair mais nos próximos dias, com o foco mudando para Washington, onde Dujovne manterá conversas na terça-feira com representantes do Fundo Monetário Internacional sobre agilizar os desembolsos do acordo de financiamento fechado em junho.
Macri disse que as medidas para reequilibrar o orçamento são a única maneira de ultrapassar repetidos golpes de turbulência financeira que atingiram a Argentina por décadas.
???Essa não é apenas mais uma crise. Tem que ser a última???, disse Macri em pronunciamento na televisão.
Cortes de gastos vão representar cerca de metade da economia necessária para equilibrar o orçamento no ano que vem, um ano antes do planejado, disse Dujovne.
Quase todas as novas receitas virão de uma taxa de exportação de 4 pesos por dólar de bens primários, incluindo alimentos, e 3 pesos por dólar dos demais produtos, disse ele.