Nova Odessa está entre os municípios com os menores índices de perdas de água potável do país, de acordo com estudo divulgado essa semana pelo Instituto Trata Brasil, Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) formada por empresas que atuam no setor de saneamento e proteção aos recursos hídricos. No município, 26 em cada 100 litros de água captada e tratada para o consumo ficam pelo caminho, devido a vazamentos, fraudes , entre outros problemas. A média de perdas no Brasil é de 38%.

Com base em dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), ano-base 2017, o estudo “Perdas de água 2019 – Desafios para disponibilidade hídrica e avanço da eficiência do saneamento básico” abordou todos os estados brasileiros, o Distrito Federal e analisou as 100 maiores cidades brasileiras. Se colocada entre elas, Nova Odessa ocuparia a 15ª colocação, à frente de capitais como Curitiba (com índice de perdas de 26,16%), Porto Alegre (28,46%), Recife (61,11%), Macapá (62,15%), São Luís (63,53%), Cuiabá (65,89%), Boa Vista (69,33%), Manaus (74,62%) e Porto Velho (77,11%).

Se fosse um estado, o Paraíso do Verde estaria no topo do ranking nacional, conforme aponta o levantamento feito em parceria com a GO Associados, consultoria especializada em saneamento básico. Com IPD (Índice de Perdas na Distribuição) de 26% aferido em 2018 – segundo dados do CCO (Centro de Controle Operacional) da Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa), responsável pelos serviços de água, esgoto e manejo de resíduos sólidos – o município dividiria a primeira colocação com Goiás, com o mesmo percentual, deixando para trás as outras unidades da federação.

O estudo ainda avalia perdas de faturamento dos municípios em função do desperdício de água tratada e cita investimentos necessários para a mudança do quadro, como troca de tubulações, conexões, ramais, ampliação de ações contra fraude e troca de hidrômetros. Os dados revelam que 70% das cidades consideradas no estudo tiveram perdas de faturamento superiores a 30% por conta da gestão ineficiente.

Para o prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza, o estudo reforça a importância de estados e municípios ampliarem o combate às perdas. “Nova Odessa é um exemplo disso. Nos últimos seis anos, investimos mais de R$ 50 milhões na modernização de todo nosso sistema de abastecimento de água. Já trocamos mais de 50 quilômetros de tubulação, 11 mil hidrômetros, adquirimos novos softwares e equipamentos que têm nos ajudado na gestão. Com isso, reduzimos nosso índice de 45,1% para 26%”, explicou Bill.

EFICI??NCIA. Com a modernização da rede, Nova Odessa está entre as cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) que menos retiram água de rios e represas, segundo  o “Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil”, divulgado em abril pela ANA (Agência Nacional de Águas). Em 2013, a Coden tratava 17,5 milhões de litros de água por dia para atender 55,2 mil habitantes, segundo população estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Hoje, com o sistema otimizado, a companhia consegue atender 59,3 mil pessoas, tratando três milhões de litros a menos.

O desempenho elevou a cidade à categoria de “país desenvolvido” no controle de perdas de água tratada, segundo classificação feita pela IWA (Associação Internacional da Água – IWA, sigla em inglês). Se fosse uma nação, o município estaria entre as dez que menos perdem água tratada no processo de distribuição.