Novo prédio Classe A de Nova Odessa para após construtora de Americana falir

Obra do Residencial Dinamarca tinha promessa inicial de entrega em maio de 2023

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O sonho da casa própria para dezenas de pessoas está se tornando um pesadelo em Nova Odessa. Quem comprou unidades de apartamento do Residencial Dinamarca, localizado na Avenida João Pessoa, aponta atrasos e descaso por parte da construtora Gallo Lourenço. A promessa inicial de entrega era maio de 2023, mas o empreendimento acumula paralisações e incertezas que atormentam a vida de quem pagou valores altos pelos imóveis.

O prazo de entrega se transformou em uma sequência de adiamentos e incertezas para aqueles que adquiriram o imóvel na planta a partir de 2019. Os anos se passaram e a previsão de término das obras, em 2023, chegou. Compradora, com o imóvel em nome do namorado, Rafaella Finisguerra relata que a pandemia – a partir de 2020 – trouxe efeitos ruins sobre o setor, fazendo com que os compradores aceitassem a justificativa da construtora para prorrogar os prazos.

Ela relata que o contrato direto com a construtora, sem financiamento bancário, trouxe esperanças. “A gente estava feliz, era o nosso primeiro imóvel. Pagamos parcelado, tudo com a construtora, e eles garantiram a entrega em 2023”, relata. “Até então estava correndo tudo bem. A gente sabia que o contrato poderia atrasar”, admitiu. A compradora cita que a obra passou a andar em passos lentos.

“Enrolaram a gente e começamos a entrar em contato apenas por meio de advogado”, detalhou. A moradora afirma que a obra passou a ficar completamente parada. “Não passam nada. A situação é bem complicada”, opinou Rafaella. Em meados do ano passado, os clientes começaram a notar a presença cada vez mais escassa de operários no canteiro de obras. No final de 2024, os compradores foram chamados pela Gallo Lourenço para uma reunião.

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Término

Na oportunidade, a empresa alegou problemas financeiros e propôs um aditivo no contrato, prorrogando o prazo de entrega por mais 12 meses. O término previsto é neste mês de outubro de 2025, mas o canteiro de obras segue parado, sem previsão concreta. Vários compradores procuraram auxílio jurídico, podendo pleitear na Justiça desde indenizações por danos morais e materiais até a rescisão contratual por não cumprimento unilateral das cláusulas.

Analistas do setor imobiliário recomendam cautela na compra de imóveis na planta, como a verificação do histórico da construtora e análises de garantias contratuais, além de acompanhar o andamento da obra de perto. A reportagem constatou na internet que existem mais de 70 processos contra a empresa, sediada em Americana. Além disso, haveria empreendimentos na cidade-sede na mesma situação que o Residencial Dinamarca.

O site da construtora inclusive está fora do ar. Segundo compradores, até meses atrás era possível ver anúncio do Residencial Dinamarca dizendo: “lançamento em Nova Odessa, compre na planta, a partir de R$ 480 mil”. Em redes sociais, alguns consumidores compartilham críticas duras à construtora, chegando a dizer palavras como “golpe”, “vergonha” e “absurdo”, cobrando solução imediata ou responsabilização da empresa.

Procurada pelas redes sociais, a construtora Gallo Lourenço não retornou aos questionamentos da reportagem do NM até o fechamento desta edição. O espaço será concedido caso a empresa queira se manifestar. Na internet consta como sede a Rua Dom Barreto, 517, no bairro Frezzarin. Além do Residencial Dinamarca, a construtora anunciava empreendimentos como Infinity Residence, Evidence Residence e Life Gold.

 

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