O número de mortes causado por um novo tipo de coronavírus que está se espalhando pela China chegou a seis, afirmou nesta terça-feira (21/01) Zhou Xianwang, prefeito de Wuhan, metrópole de 11 milhões de habitantes onde a pneumonia foi identificada pela primeira vez, em dezembro.
Em entrevista à emissora estatal chinesa CCTV, Zhou disse que 258 casos do novo vírus foram registrados na cidade e que 227 pacientes continuam recebendo tratamento médico.
Wuhan, às margens do rio Yangtzé, é a cidade mais afetada pela doença. Em todo o país, quase 80 novas infecções foram registradas nesta segunda-feira, com o número total de casos chegando a 291.
A Comissão Nacional de Saúde da China divulgou que cerca de 900 pessoas estão em observação, suspeitas de estarem com a pneumonia. As autoridades confirmaram cinco novos casos em Pequim, dois em Xangai e 14 na província de Guangdong, no sul.
Na segunda-feira, a China confirmou que a nova doença pode ser transmitida através do contato humano, sendo que 15 integrantes de equipes médicas que estavam cuidando de pacientes também foram infectados. Com a confirmação aumentou a preocupação de que o surto se propague rapidamente para outras regiões e países.
Com o aumento significativo no número de infecções, a Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou para quarta-feira uma reunião de especialistas para determinar se o atual surto de coronavírus na China representa uma emergência internacional e quais recomendações deverão ser seguidas. Essa reunião ocorre quando há riscos de epidemias ultrapassarem as fronteiras regionais.
Além da China, foram confirmados dois casos da doença na Tailândia, um no Japão e um na Coreia do Sul. Há uma suspeita nas Filipinas. As infecções confirmadas no exterior afetam pessoas que estiveram em Wuhan.
Pelo menos seis países asiáticos e três aeroportos nos Estados Unidos começaram a monitorizar passageiros que chegam da região central da China.
A origem do vírus ainda não foi identificada, mas uma fonte primária seria provavelmente de origem animal, segundo a OMS. A organização prevê que o surto de espalhe para outras partes da China e outros países nos próximos dias.
Iniciado em dezembro, o surto da doença é causado por um novo tipo de coronavírus, semelhante ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que matou quase 800 pessoas em todo o mundo, durante uma epidemia ocorrida entre os anos 2002 e 2003 e que também começou na China. Os sintomas são febre e cansaço, acompanhados de tosse seca e, em muitos casos, dificuldades respiratórias.
Os números oficiais têm sido encarados com desconfiança no exterior. Há temor de que o vírus tenha infectado centenas de pessoas a mais do que a cifra oficial, segundo cientistas do centro de pesquisas na Imperial College de Londres, que assessora instituições como a OMS. Os especialistas apontaram em um estudo que 1.723 pessoas infectadas é uma cifra muito mais provável do que a anunciada.
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores usaram a quantidade de casos detectados até agora fora da China, para deduzir o provável número de pessoas infectadas em Wuhan, segundo dados de voos internacionais que saem daquela cidade.
Pequim se preocupa ainda com a propagação da doença durante o feriado do Ano Novo chinês, que começa na próxima sexta-feira e vai até 18 de fevereiro, quando milhões de chineses devem viajar para suas cidades de origem ou para o exterior. O governo estima que 440 milhões deverão utilizar o transporte ferroviário e 79 milhões se deslocarão em aviões comerciais.
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