Por Karina Hatano

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, está chegando. A data é importante para lembrar as conquistas e, ao mesmo tempo, se conscientizar que a luta ainda está longe de terminar. A busca por mais respeito, dignidade, igualdade e empoderamento precisa ser diária e constante. 

Também é um momento fundamental para conhecer a atuação da mulher nos esportes, saber o que mudou no decorrer dos anos e como o desempenho pode melhorar ainda mais. ???O nosso papel nos esportes de alto rendimento cresceu muito desde a Revolução Industrial, que teve início no século XVIII, na Inglaterra. 
A especialista explica que há diferenças sim na fisiologia de homens e mulheres a serem respeitadas e observadas, mas que é equivocado fazer essa comparação de maneira negativa. ???A mulher, por exemplo, tem menos glóbulos vermelhos (que transportam o oxigênio), menos massa muscular e coração e pulmões menores, quando comparada ao homem. Mas é fundamental não subestimar o desempenho feminino por conta dessas e outras peculiaridades, que podem nos proporcionar melhores resultados???, reforça. Na ginástica artística e patinação, em razão do tamanho e da leveza, a mulher leva vantagens, enquanto que na natação possui melhor flutuabilidade.
Treinos no Brasil e no mundo ??? No exterior é comum os treinadores não fazerem distinção alguma de gênero entre os atletas, e forçar do mesmo modo homens e mulheres. No Brasil, uma parcela de profissionais pensa da mesma maneira. Há ainda aqueles que treinam de maneira mais leve o sexo feminino, por considerá-lo frágil. E assim, infelizmente, não dão os estímulos necessários dos quais a mulher tem total capacidade para aguentar. Não recebendo os estímulos adequados, não chega ao alto rendimento necessário.
Para Karina há que se observar as diferenças e características femininas, mas no sentido de evitar alguns males. Em contrapartida, é possível exigir e estimular bem mais do que muitos técnicos fazem hoje e, assim, conseguir a evolução cada vez maior do desempenho no esporte.
Um dos tópicos a se observar na mulher é a TMA.  As atletas profissionais ou amadoras que praticam exercícios físicos vigorosos em excesso correm o risco de desenvolver a Tríade da Mulher Atleta, caracterizada pelo desequilíbrio de energia consumida e gasto no dia a dia e a mudança do ciclo menstrual e da densidade óssea. ???Isso pode acontecer devido à diminuição da taxa de gordura corporal. Se a mulher tem pouca energia no organismo por mecanismos fisiológicos e hormonais, ela começará a apresentar irregularidades menstruais e ter a densidade do osso alterada, podendo levar às osteopatias e fraturas ainda na idade jovem???, alerta a médica especialista em TMA e em mulher atleta.  
Assim sendo é necessário conhecer a mulher, suas particularidades, saber sobre tensão pré-menstrual, planejar exercícios e ajustá-los para as características físicas, apresentar treinamento adequado, incluindo o nutricional, porém, jamais subestimar a capacidade feminina do esporte. ????? imprescindível adequar a carga, dar atenção não especial mas necessária, com atividades planejadas, não menosprezar e ao mesmo tempo saber valorizar as diferenças???, conta a médica.
E a história vem demonstrando que podemos estar em qualquer pódio. Até esportes predominantemente masculinos vêm mudando, paulatinamente, a aparência.  
O futebol feminino também vem ganhando mais e mais visibilidade e, inclusive, nesse caso nossas habilidades são bem necessárias: somos multitarefas. ???Sabemos fazer diversas coisas ao mesmo tempo, conseguimos dominar a bola, observar a defesa, o meio de campo, o ataque… enfim, jogar e pensar a partida como um todo???, finaliza.
Resumindo, a mulher é capaz de tudo, basta querer e ser bem orientada para atingir os seus objetivos.