A notícia em pauta da morte de 9 jovens, frequentadores dos pancadões da famigerada favela de Paraisópolis, que insistem em chamar de Comunidade, reacende a discussão sobre a ausência do Estado e a prática de imputar aos agentes da lei a responsabilidade, onde todos os poderes e forças vivas da sociedade falham.
No mesmo local, faz pouco tempo, uma policial militar negra e homossexual assumida foi barbaramente assassinada, pelo simples fato de ter sido identificada quanto a sua profissão. Mais recentemente um sargento, querido de seus pares, superiores e subordinados também teve o mesmo destino ao operar em nome da lei naquele fatídico localFalemos sobre o local: desordenamento urbano, pobreza extrema , tráfico de drogas, falta de saneamento básico, ausência de toda e qualquer presença do Estado e que cresceu de maneira desenfreada, atraindo todo tipo de mazela possível, no entanto virou ponto atrativo pela disseminada prática os pancadões de funk, tão na moda como o consumo de drogas e a presença de criminosos no local.Ninguém com responsabilidade sobre o ajuntamento urbano sai da zona de conforto, tira o traseiro da cadeira e transforma em ação com atividades salutares, para minimizar e mesmo acabar com tal situação. E não é só o Estado que falha e sim toda uma sociedade quando vemos os pais deixando seus filhos atravessarem a cidade pra frequentarem o local. Também destes devemos cobrar a responsabilidade.Ai vem a polícia, a pobre e velha polícia que tem como árdua missão ordenar e dizer não aos desmandos. Recebida com hostilidades, com balas disparadas em sua direção , com fugas alopradas e, por fim, com a facilidade de usar os incautos jovens frequentadores desse lixo cultural, como escudos humanos passando se por vitimas da sociedade.Pronto, surge a tragédia, que em momento algum a policia foi causadora e sim participe na tentativa de resolver a situação.Lamento como e todo qualquer cidadão de sã consciência lamentaria a morte de jovens na tenra idade, mas pergunto: onde estão os pais desses jovens ? Onde estão os defensores dos direitos humanos que permitem a presença de jovens ali sem qualquer manifestação? Onde estão as organizações religiosas que após o ocorrido lamentam e pedem paz e desfilam com balõezinhos brancos como se fossem dotados de pureza angelical, sendo que não raras vezes consumidores de drogas permeiam esse ambiente ? Ora todos falharam.Pior ainda, os especialistas, ah esses especialistas hipócritas, que jamais pisaram no local e que não tem a mínima noção do que é enfrentar o crime, vem empoados e como donos da razão exigir protocolo de uma centenária corporação policial que tem entre suas componentes heróis que fazem um único juramento na vida: ??? defender a sociedade, se preciso com o sacrifício da própria vida???. Alias não foram vistos lamentando as mortes dos policiais citados e nem tampouco foram chorar com seus parentes nos funerais. Ou a sociedade muda o comportamento de tolerância aos delitos por menor que sejam para que não tomem proporções desastrosas ou estamos todos fadados ao caos. ?? pagar pra ver. MAJOR CRIVELARIVETERANO DA POLICIA MILITAR
Paraisópolis, uma tragédia anunciada
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