da BBC- Acostumadas à bonança de um tempo em que o petróleo custava mais de US$ 100, petrolíferas mundo afora – entre elas a Petrobras – estão vivendo um “choque de realidade” com a queda do preço do barril no mercado internacional. A cotação do petróleo tipo Brent despencou para US$ 65 nas últimas semanas, depois de ter se mantido no patamar dos US$ 100 por quase três anos.
Algumas consultorias, como a Morgan Stanley e a Capital Economics, já começam a especular sobre a possibilidade de um petróleo estabilizado na casa dos US$ 40 – o que, segundo analistas, poderia mudar o mapa geopolítico da energia no mundo. Para se ter uma ideia do potencial da mudança, US$ 45 é o valor mínimo que, nos cálculos da Petrobras, viabilizaria os investimentos no pré-sal.
“Mesmo antes do colapso dos preços, grandes petrolíferas e produtoras de gás natural já estavam preocupadas com a alta dos custos para desenvolver novas fontes de combustível”, escreveu no jornal Washington Post Daniel Yergin, considerado uma das maiores autoridades no assunto.”A queda do barril vai transformar essa preocupação em obsessão e o resultado será uma freada nos novos investmentos pelo globo.”
Há dúvidas especialmente sobre a viabilidade de projetos para exploração de fontes de combustíveis fósseis não convencionais, em geral mais caras – como as reservas de petróleo arenoso (encontrado em Alberta, no Canadá) e as reservas em águas profundas (caso do pré-sal).Para Thiago Biscuola, economista da RC Consultores, “com o barril perto disso (US$ 45), certamente já seria hora de rever a estratégia de investimento e financiamento da Petrobras”.