A população idosa no Brasil, que já ultrapassou, segundo o IBGE, a marca de 30 milhões de pessoas, pode ter participação decisiva nas Eleições em 2018, apontou Marcel Cheida, coordenador dos cursos de ???Política e Mídia??? e ???Media Training e Campanha Eleitoral??? da PUC-Campinas.
A interferência do envelhecimento no contexto político já pode ser observada na prática: no Sudeste, de acordo com levantamento recente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mais de 6 milhões de pessoas têm 70 anos ou mais, tendo a região o eleitorado mais velho do país.
Embora as estatísticas estejam relacionadas a apenas uma região, o aumento da expectativa de vida é uma realidade que se aplica a todo o país. Ainda assim, Cheida afirma que os idosos continuam sendo desprezados nas campanhas eleitorais.???Os candidatos geralmente prezam pela faixa majoritária do eleitorado, que tem entre 25 e 50 anos de idade. Os discursos estão voltados às preocupações destes públicos, relacionados ao desemprego, à segurança e ao momento econômico. São temas que dão audiência. Enquanto isso, a população idosa segue com seus interesses desprezados???, reforçou.
Além de viver mais, os idosos estão cada vez mais ativos e participativos na sociedade. Mesmo aquela parcela do eleitorado que tem 70 anos ou mais, com direito a voto facultativo, busca exercer o seu papel de cidadão. ???O idoso tem uma cultura comprometida com as eleições???, frisou o especialista.
Deste modo, o professor enaltece a importância de os candidatos e suas equipes planejarem a comunicação para cada tipo de público. No caso dos idosos, uma alternativa seria abordar, nas campanhas eleitorais, questões de interesse desses eleitores, como a política previdenciária. No Brasil, o valor médio dos benefícios pagos pela Previdência Social gira em torno de R$ 1,3 mil reais, e os reajustes nos últimos anos ficaram abaixo da inflação.