Psicóloga analisa ‘piadas’ de Léo Lins, assista
Comentário da psicóloga Andrea Beltran
O riso é uma das expressões mais poderosas da alma humana — pode curar, unir e aliviar. Mas quando o humor se transforma em ferramenta de exclusão, ele passa a ferir, e não a libertar. Piadas ofensivas, disfarçadas de entretenimento, muitas vezes mascaram formas sutis (e socialmente aceitas) de bullying.
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Quando o alvo é constantemente ridicularizado por sua raça, deficiência, religião ou qualquer outra característica pessoal, isso pode gerar feridas emocionais profundas, tanto em adolescentes quanto em adultos. O “humor” que humilha reforça estigmas, mina a autoestima e contribui para o isolamento, ansiedade e depressão.
Do ponto de vista da psicologia analítica, o inconsciente coletivo guarda arquétipos e símbolos que moldam a forma como enxergamos a nós mesmos e aos outros. Quando esses símbolos são usados para ridicularizar, eles perpetuam imagens negativas que se fixam nas estruturas psíquicas — principalmente das crianças e jovens em formação.
É essencial repensar o que chamamos de engraçado. O riso não precisa nascer da dor do outro. O respeito nunca deveria ser a piada. E talvez estejamos, como sociedade, apenas começando a entender a responsabilidade que vem com o microfone, o palco — e a palavra.
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