Assim como o acompanhamento pediátrico é essencial no início da vida, o tratamento odontológico é igualmente importante. Porém, muitas pessoas ainda não entendem a necessidade de realizar a primeira consulta ao dentista enquanto a criança ainda é um bebê.
Pesquisa desenvolvida pelo Barómetro de Saúde Oral para a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), exemplifica muito bem essa realidade. Segundo os dados levantados, 73,4% das crianças com menos de 6 anos nunca consultaram um profissional da área.
O exame odontológico inicial ou exame de erupção, ajuda a criar uma relação de confiança entre os pais e o profissional, reduzindo a ansiedade em relação às visitas futuras. A American Dental Association (ADA) indica que esta consulta aconteça entre o surgimento do primeiro dente de leite e o primeiro ano de vida.
Para a Dra. Daniela Carvalho, odontopediatra da Yappy, principal centro de odontologia de precisão do país, identificar e tratar precocemente problemas dentários é fundamental para a saúde bucal da criança. “Além disso, o dentista irá verificar se os dentes de leite estão se desenvolvendo normalmente e se não há transtornos evidentes”, afirma a especialista.
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Frequência de retorno ao dentista

A partir do surgimento dos primeiros dentes de leite, é aconselhável que os pais iniciem o acompanhamento preventivo da saúde bucal do bebê com um dentista especializado.
De acordo com a Dra. Daniela, o profissional que irá determinar a frequência das consultas. “Ele levará em consideração o risco individual da criança em desenvolver problemas dentários. Porém, essas consultas devem ocorrer regularmente até que todos os dentes permanentes tenham nascido, geralmente por volta dos 12 anos de idade”, comenta.
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), mostram que a cárie é o principal problema identificado em crianças no Brasil. Aos 5 anos, em média 49,2% delas estão com dentes cariados e aos 12, a proporção é parecida, sendo 51%.
“Durante essas consultas, o dentista avaliará o risco de cárie e outras doenças bucais, dará orientações sobre a importância da higiene bucal e as melhores práticas para mantê-la saudável desde a primeira infância”, afirma a especialista.
O desenvolvimento dos dentes e da face também será monitorado para promover um crescimento saudável ou, se necessário, identificar o momento ideal para a intervenção com tratamentos ortodônticos corretivos.
A gestação e amamentação
O cuidado com a saúde bucal do bebê deve se iniciar ainda durante a gravidez. As consultas periódicas da gestante ajudam na prevenção de possíveis problemas que possam vir a afetar o bem estar da criança, como as doenças periodontais.
Segundo estudo da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), problemas periodontais, como inflamação ou infecção na gengiva, podem afetar até 83% das gestantes. Quando essas condições não são tratadas corretamente, as bactérias se fortificam e conseguem se infiltrar além da gengiva. De acordo com o Ministério da Saúde, a periodontite pode aumentar as chances de um parto prematuro, nascimento de bebês abaixo do peso e mortalidade perinatal.
Já a prática da amamentação desempenha um papel fundamental no crescimento saudável dos ossos e músculos da criança, contribuindo para a harmonia facial. “Enquanto mama, o bebê aprimora sua capacidade de respirar pelo nariz e a posição da língua. Esses fatores desempenham um papel significativo na promoção de uma fala mais clara ao longo do desenvolvimento infantil”, explica a Dra. Daniela Carvalho.
5 dicas de cuidado com a saúde bucal do bebê
A especialista Daniela Carvalho listou 5 dicas sobre cuidados com a saúde bucal da criança em casa. Confira abaixo!

  1. Inicie a escovação quando os dentes aparecerem: assim que surgirem os primeiros dentes (geralmente em torno dos 6 meses), passe a escová-los suavemente com uma escova de dentes infantil de cerdas macias. Estudos comprovam que limpar a língua e a gengiva do bebê durante o período de amamentação pode ser prejudicial, pois, esse procedimento acaba retirando a proteção natural do leite materno, que contém imunoglobulinas importantes para o desenvolvimento do sistema imunológico da criança.
  2. Quantidade ideal de pasta de dente: a recomendação é que sejam utilizados cremes dentais com flúor a partir de 1.100 ppm. Para crianças de 0 a 3 anos de idade, a medida de pasta na escova deve ser do tamanho de um grão de arroz, e para aqueles com 3 anos ou mais, no tamanho de uma ervilha.
  3. Evite adição de açúcar: evite a adição de açúcar em mamadeiras ou chupetas. Segundo a Associação Brasileira de Odontopediatria, a recomendação é evitar o açúcar nos dois primeiros anos de vida do bebê. Isso inclui sucos de frutas açucarados.
  4. Modelo de comportamento: seja um bom exemplo para o bebê. Mostre a importância da escovação regular e da boa higiene bucal através do seu próprio comportamento.
  5. Introdução e transição de mamadeiras: tente adiar a introdução da mamadeira até que a amamentação esteja bem estabelecida. O formato do bico deve ser compatível com a idade e as necessidades do bebê.

A saúde bucal do bebê é importante como um todo, não somente para o desenvolvimento dos dentes permanentes. Ao seguir essas dicas, você está ajudando a criar uma base sólida para uma boa saúde bucal ao longo da vida da criança. Se tiver dúvidas ou preocupações, consulte um dentista pediátrico para orientações específicas.

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Saiba quando levar o bebê à sua primeira consulta ao dentista

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