A partir das oito horas da manhã do próximo domingo, 182.444 eleitores estarão aptos a votar em dois dos 275 candidatos – dos quais 3 são para a prefeitura de Americana. Com abstenção crescendo à média de 1 ponto percentual desde 2012, cerca de 20% não comparecerão, ou seja, o destino da Executivo e do Legislativo estará nas mãos de 146 mil eleitores. Á convite do Portal Novo Momento, analisei as 16 chapas em disputa para a Câmara, não se trata de previsões, mas permitir ao eleitor se aprofundar no funcionamento da política local.
Ainda temos que desconsiderar os votos brancos e nulos, que não costumam superar os 15%; então a decisão, de fato, estará nas mãos de um pouco mais de 124 mil pessoas. Há pelo menos dezoito anos, o eleitorado tende à direita na cidade quando há disputas mais decisivas – numa proporção provável entre 60% a 70% e de 30% a 40% de votos válidos para cada bloco em disputa.
Para a análise política, esse se torna um momento especial para o cruzamento de dados estatísticos, demográficos, eleitorais e históricos que nos permitem entender o comportamento do eleitor americanense.
A Justiça eleitoral faz até 3 fases de distribuição de cadeiras para garantir a máxima representatividade partidária. Se estimarmos 124 mil votos válidos para 19 vagas, chegaremos ao quociente eleitoral de 6,5 mil – número de votos que o partido precisa alcançar para eleger um vereador da sua chapa. Por isso, observei o potencial de voto de todos os candidatos, com base em votações anteriores, para estimarmos quais chapas têm chances de melhor desempenho.
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O BLOCO MAIS PODEROSO, PL – PSD – PRD e AGIR, potencial de 2 a 3 cadeiras.
Todo partido com candidato a prefeito recebe mais votações de legenda, boa parte dos seis mil votos em legenda (5%) beneficiarão o PL; que já chega na disputa com 9 candidatos carregando 8902 votos de 2020, a eleição que foi recorde em abstenção (26%) e em candidaturas. Ainda sobram 11 nomes nunca testados para potencializar essa conta – com esse potencial é factível estimar a conquista de 3 cadeiras. Léo da Padaria, Thiago Brochi e Thiago Martins despontam com melhor performance em eleições anteriores.
PSD traz consigo o único candidato que poderia ser eleito em 2020 mesmo sozinho na chapa, Juninho Dias – que alcançou mais votos que todo o PT ou Podemos naquele ano e poderá bater recorde histórico dia 06. Com margem para ampliar os 8498 votos da chapa há 4 anos, e ainda trazendo nomes de peso como Leoncine, Flávio Sala e Fernando, o partido tem folego para um piso de 2 vagas.
PRD e AGIR também, em comparação com todas as 16 chapas, trazem nomes testados nas urnas e com muito potencial de expansão, superando ambos essa mesma marca de 8 mil votos. Disputam com muito fôlego Luiz da Rodaben, Levi Rossi, Miguel Pires, e Cezar Polidoro, Fanali. No time AGIR, Otto Kinsui, Gutão, Ligia e Ricardo pesam a favor do grupo para duas vagas prováveis. A diferença entre PL/PSD e PRD/AGIR é que, esse segundo bloco precisou somar mais candidatos para maximizar seu potencial de desempenho, os demais possuem margem de crescimento maior.
BLOCO COMPETITIVO, PODEMOS, PDT, MDB E REPUBLICANOS, potencial de 2 a 1 cadeira.
Para PODEMOS e PDT, as chances de duas cadeiras são muito altas. O PODEMOS sai com 6049 votos de 2020, com a ampliação da performance a conquista de uma segunda cadeira na segunda fase de distribuição é o cenário mais provável. Leco Soares, Renan de Ângelo, Alfredo Ondas, Orestes, Janaína, Matheus e Jean se destacam.
O PDT tem a vantagem de receber o segundo maior aporte de votos em legenda. Quatro nomes passaram muito bem em testes de urnas passadas: Thalita, Gualter, Bianca e Kim; muitos testados obtiveram votações baixas, enquanto outros dez nunca foram testados. Um misto de bom potencial, que exige cautela.
MDB (Dr. Romar, Omar Neto e Crivelari) e REPUBLICANOS (Renato Martins, Jacira e Gilberto) juntam forças para seguirem com representação com 1 cadeira cada um; porém, a segunda cadeira exige um cálculo matemático que torna muito improvável um desempenho superior.
BLOCO COM FRAGILIDADES, PP, DC, UNIÃO BRASIL E PT
Ao final, ainda, podem sobrar 3 ou 4 cadeiras para atribuição E por mais votos que os demais recebam, o sistema eleitoral fará divisões que empurrarão as médias para baixo, o que beneficia partidos menores– chapas com 4 mil votos podem ter sua última chance de chamada. Isso garantiu cadeiras para o PT, o PODEMOS e o AVANTE em 2020.
Esses partidos farão o máximo de 1 cadeira ou nenhuma, a depender dos cenários, disputando entre si para ver quem leva.
A maior força eleitoral do PP é Rafael Macris, que entra no jogo com 14 nomes nunca testados na composição, os demais não alcançaram mil votos em 2020 – porém, podem ampliar agora. Dentre os 14 pode haver surpresas. E Rafael pode receber muito voto de recall (que é quando o eleitor lembra do político e votos passados); nesse sentido, Macris tem um latifúndio a explorar.
UNIÃO BRASIL carrega nomes como Escobar, Duzzi, Chocolate e Zé Babá; por um lado, podem carregar a terceira maior parcela de votos de legenda (vindos junto com Pascote), por outro há muitos desconhecidos das urnas e nomes há tempos não testados. Incógnita.
DC e PT são polos opostos ideologicamente, mas são chapas formadas, em sua maioria, por nomes que nunca passaram pelas urnas. Se no PT há Professora Juliana e Lurdinha, que trazem bons votos de candidaturas a deputada estadual e prefeita, respectivamente, no DC há Meche com votação expressiva para deputado federal e a possibilidade de maior alcance de Coronel Daniel, que tem investido em seu nome nos últimos anos.
BLOCO SEM REPRESENTAÇÃO
PSOL, Novo, Avante e PSB inscreveram chapas menores, com potencial muito reduzido de votação – podem representar boas ideias, mas nas urnas é a quantidade de votos que dá direito à cadeira. Esses partidos seguirão sem representação no Legislativo, esse é a hipótese mais provável.
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