Você já ouviu falar sobre pessoas superinteligentes? Esse é um dos termos utilizados para se referir às pessoas que têm um quociente de inteligência (QI) muito acima da média. Aprenda a identificar cinco características que podem ser encontradas em pessoas com altas habilidades/superdotação.
Segundo Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Mensa Brasil, organização que reúne pessoas com altas capacidades intelectuais no País, a superinteligência é uma característica que pode ser medida objetivamente, por meio de testes padronizados. “Para se tornar membro da Associação Mensa Brasil, o candidato precisa estar no percentil 98 ou superior, ou seja, nos 2% maiores resultados de QI da população. A pontuação de cada tipo de teste varia de acordo com a metodologia utilizada. Por exemplo, para um teste em que o resultado médio da população brasileira é de 100 pontos, com variação de 15 pontos para mais ou para menos (o chamado “desvio padrão”), é necessário obter 131 pontos ou mais para atingir o requisito de admissão da Mensa Brasil”, esclarece Sauaia.
Como reconhecer os sinais de superinteligência?
Reconhecer as altas habilidades, tanto em crianças, quanto em adultos, pode ser um desafio para pais, professores, amigos e colegas de trabalho. “Para os adultos, descobrir se você possui alto QI pode contribuir para ampliar sua rede de contatos e se envolver mais ativamente em iniciativas em prol das altas habilidades/superdotação. Já para as crianças e jovens, essa descoberta pode fazer uma enorme diferença em todos os aspectos da vida, principalmente durante a formação socioeducacional, com reflexos profundos na vida pessoal e profissional”, aponta Sauaia.
“O primeiro passo para reconhecer sinais de altas habilidades é respeitar as características individuais da pessoa. Indivíduos com alto QI compartilham alguns traços recorrentes, que podem servir de pistas. A inteligência é inerente à pessoa, mas o ambiente externo no qual ela está inserida também exerce influência no desenvolvimento deste potencial. Além disso, a inteligência não está restrita ao desempenho escolar ou acadêmico. Essas capacidades se expandem para outras áreas da vida, como atividades artísticas, esportivas, profissionais, idiomas, entre outras”, explica Sauaia.
O conceito das altas habilidades ainda traz muitas discussões. De acordo com a definição mais atual, a pessoa que apresenta altas habilidades tem um desempenho superior em comparação aos seus pares, em uma ou mais áreas do conhecimento. Essas habilidades podem englobar a capacidade intelectual em geral, a aptidão acadêmica, a criatividade, a capacidade de liderança, os talentos artísticos e esportivos, entre outros.
Sinais de superinteligência
- Raciocínio rápido para resolver problemas.
- Boa memória de longo prazo: capta as informações e as recupera com facilidade quando necessário (lembra-se de nomes ou rostos de pessoas que não vê há muito tempo, datas históricas, imagens, números etc.).
- Boa memória operacional: capta e processa diferentes tipos de informações ao mesmo tempo.
- Consegue diferenciar sons e visualizar detalhes em imagens com muita facilidade.
- Rápida curva de aprendizado, apresentando habilidades avançadas para a sua idade cronológica: crianças que aprendem a ler aos 3 anos ou antes; crianças que conseguem compor uma música sem nunca ter estudado para isso etc.
Apenas reconhecer estas características não é suficiente para trazer a confirmação de que a pessoa possui realmente altas habilidades/superdotação, mas ajuda a levantar a possibilidade. O próximo passo recomendado é realizar uma avaliação de QI especialmente desenvolvida para esta finalidade.
A avaliação do QI pode ser feita a partir de diferentes tipos de testes, padronizados por faixa etária e característica populacional. Os testes são realizados por psicólogos e neuropsicólogos, conforme diretrizes do Conselho Federal de Psicologia (CFP). “Identificar uma pessoa com altas habilidades permite que seu potencial seja mais bem compreendido, trabalhado, estimulado e desenvolvido. Neste sentido, ainda não há um mapeamento abrangente desta população no Brasil. Também faltam programas e políticas públicas adequadas para apoiá-los a se desenvolver e contribuir com o avanço da nossa sociedade”, destaca Sauaia.
Diante deste cenário, um dos objetivos da Associação Mensa Brasil é promover, ao redor do País, testes de admissão e avaliação de alto QI em pessoas com 17 anos ou mais. Este ano, a organização já promoveu uma rodada de testes de admissão, em 26 de março, em 11 cidades de oito estados brasileiros. Na ocasião, foram identificadas 19 pessoas com altas habilidades. A entidade prepara nova rodada de testes, prevista para o final de maio deste ano. A avaliação em crianças e jovens também é possível, exclusivamente por meio da submissão de laudo emitido por psicólogo ou neuropsicólogo.
Sobre a Associação Mensa Brasil
Fundada em 2002, a Associação Mensa Brasil é a afiliada brasileira oficial da Mensa Internacional, a maior, mais antiga e mais prestigiada organização de alto quociente de inteligência (QI) do mundo. Ela congrega pessoas com altas capacidades intelectuais, tendo como único requisito de ingresso possuir QI acima de 98% da população em geral, comprovado por teste referendado de inteligência. A entidade coordena, representa e mobiliza seus associados, com foco em três objetivos principais: (i) identificar e promover a inteligência humana em benefício da humanidade; (ii) estimular pesquisas sobre a natureza, características e usos da inteligência; e (iii) prover um ambiente intelectual e socialmente estimulante para seus associados.
Sobre a Mensa Internacional
Fundada em 1946, no Reino Unido, a Mensa Internacional é a maior, mais antiga e mais prestigiada organização de alto QI do mundo. Foi criada com o objetivo de promover a inteligência como ferramenta estratégica para o desenvolvimento e a evolução da humanidade. A palavra Mensa significa “mesa”, em Latim, em referência à natureza de mesa-redonda da organização, representando a união de iguais, independentemente de características como etnia, cor, credo, nacionalidade, idade, visão política, histórico educacional ou socioeconômico.