O Sindicato dos Professores de Campinas e Região (Sinpro Campinas), em reunião de sua diretoria realizada na última terça-feira (18), decidiu se posicionar contrário à volta às aulas presenciais nas escolas e universidades do estado de São Paulo, marcada para o dia 7 de fevereiro. Foram encaminhadas, hoje, cartas de apelo a todos os prefeitos e secretários da Educação e da Saúde dos municípios compreendidos na área de cobertura do Sindicato.

 

Em carta à comunidade, publicada em seu site oficial, o Sindicato faz um alerta à população, em especial aos pais de alunos, e também aos professores e professoras representados pela entidade: “A iminente volta às aulas presenciais nos possibilita prever um aumento significativo do número de docentes, funcionários e alunos infectados pela covid-19 — o que comprometeria o planejamento do ano letivo e colocaria em risco a integridade física das pessoas envolvidas com o ambiente escolar.”

 

A posição do Sinpro Campinas e Região foi amparada pela ciência e baseada no estudo de especialistas em infectologia, unânimes em recomendar cautela no momento em que a pandemia tem retomado fôlego com o aparecimento de uma nova cepa do vírus, muito mais contagiosa que as anteriores, a Ômicron.
Ainda segundo o Sindicato, “mesmo que a população adulta esteja vacinada em sua maioria e isenta de desenvolver os sintomas graves da doença, o contágio pelo vírus segue sendo uma possibilidade que não pode ser desprezada. Esta constatação é reforçada pelo fato de que crianças e adolescentes começaram a ser vacinadas apenas agora, no último dia 18 de janeiro.”

 

Para ilustrar a gravidade da situação, o Sindicato citou números da própria Prefeitura Municipal de Campinas: “Apenas 5 mil doses da vacina contra a covid-19 foram enviadas pelo Ministério da Saúde, o que representa 4,8% do número de crianças entre 5 e 11 anos registradas na cidade. A realidade nas demais cidades do interior paulista não é muito diferente.”
Portanto, na visão do Sinpro Campinas, trata-se de um contexto que ainda não oferece a segurança necessária para o retorno às atividades presenciais nas escolas, pois não não há vacinas em quantidades suficientes nem tempo hábil para que se complete a imunização dos estudantes antes do início do ano letivo.

 

E finaliza: “Levando em consideração que: pessoas já imunizadas podem se infectar com a nova cepa e transmiti-la à outras; que os municípios padecem da falta de kits para a testagem adequada de sua população; e que protocolos de segurança não serão obrigatórios no ambiente escolar; o Sinpro Campinas e Região, mesmo compreendendo a importância das aulas presenciais, acredita que, no momento em que cerca de 80% das amostras do coronavírus sequenciadas no Brasil são da Ômicron e a média móvel de casos já é superior a 50 mil infectados por dia, tal medida colocará em risco toda a comunidade em seu entorno.”