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No turismo, a palavra de ordem agora é desacelerar. Depois de anos em que as pessoas corriam para “ver tudo” em poucos dias, o slow travel virou tendência global: viajar devagar, escolher menos destinos e mergulhar de verdade na cultura, na rotina e no ritmo de cada lugar. “É sobre valorizar o tempo, aproveitar o dia sem pressa, viver a experiência de forma intensa”, explica Júnior de Camargo, CEO da Top Transfer, que atua em Ilha Grande, destino que parece ter nascido para esse estilo de viagem.
O que é slow travel?
Mais do que uma forma de viajar, o conceito é quase uma filosofia de vida. Em vez de checklists apressados, o slow travel prioriza vivência, bem-estar e sustentabilidade.
Quem chega à Ilha Grande, na Costa Verde do Rio, entende na prática o conceito. A ilha não tem carros. Os passeios começam tarde, por volta das 10h. O café da manhã é demorado, a caminhada até o cais é sem pressa.
“Aqui tudo flui diferente. O contato é direto, as pessoas se encontram nas ruas, contemplam a paisagem até mesmo sem querer, a internet falha, às vezes até a luz. Isso faz com que o visitante se desconecte e viva a natureza”, diz Júnior.
Com mais de 100 praias, vilas de pescadores, trilhas, cachoeiras e ruínas históricas, a ilha convida a desacelerar e a mergulhar em um cotidiano que mistura simplicidade e intensidade.
O público é formado por pessoas que querem melhorar a qualidade de vida, valorizar momentos de folga e se desconectar do digital. “São viajantes que procuram estar presentes, se reconectar com a natureza e com eles mesmos”, afirma Júnior.
Experiência que começa no trajeto
Na Top Transfer, empresa que conecta o continente à Ilha Grande, o espírito do slow travel já começa no transfer. Os veículos são porta a porta, com atendimento em português, inglês e espanhol. A travessia é feita em um cais exclusivo em Conceição de Jacareí, sem filas, garantindo uma chegada tranquila.
Para Júnior, até o trajeto deve fazer parte da experiência. “Não é só transporte, é já entrar no clima da viagem com conforto e calma.”
Sustentabilidade no centro
O slow travel também é sobre cuidar do lugar que se visita. Em Ilha Grande, moradores e empresas incentivam práticas simples, como levar o próprio lixo de volta, não retirar nada das praias e usar copos reutilizáveis.
A Top Transfer apoia mutirões de limpeza e investe em frota de veículos híbridos para reduzir emissões de CO₂. “Queremos promover nosso paraíso de forma responsável”, afirma Júnior.
Mais sobre a Top Transfer (@topilhagrande)
A história da Top Transfer começou modesta, como brinca a empresa, “com uma van e um sonho”. Em 2013, durante uma viagem pessoal à Ilha Grande, Junior de Camargo viu o potencial turístico da região e decidiu investir. Comprou uma van e iniciou a operação com um sócio. “Eu não era do turismo, nem empresário. Tive que estudar muito, fazer cursos, ler, buscar mentoria. No início, eu vendia, traçava a rota, dirigia e ainda cuidava do financeiro”, lembra.
A empresa cresceu rápido, mas enfrentou um baque com a pandemia. “A ilha fechou por meses. Tivemos que parar tudo. Mas sempre acreditei muito no nosso negócio. Então vendi 3 vans e usei todo o caixa para manter a empresa e as pessoas. Quando o turismo voltou, a demanda por natureza explodiu e nós estávamos preparados para isso. Foi o que impulsionou nosso crescimento.”
Atualmente, a Top Transfer transporta cerca de 10 mil passageiros por mês e atende toda a Costa Verde e Região dos Lagos — incluindo Angra dos Reis, Paraty, Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio e São Paulo. E o crescimento está longe de parar. A previsão de faturamento para 2025 é de R$ 20 milhões, quase o dobro do ano anterior.
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