Países como o Brasil, que já entraram no seleto rol de emergentes na economia mundial, tendem a permanecer para sempre “presos” ao seu restrito círculo de influência. Ou seja, nunca serão potências globais. A opiniao e da a professora Scheherazade Rehman, da Universidade George Washington.”O Brasil permanecerá uma superpotência econômica regional a menos que ocorra um milagre”, escreveu a acadêmica em uma análise recente. Recentemente, em um artigo sobre a chamada “nova ordem mundial” ??? uma economia global na qual os Estados Unidos terão de dividir a sua hegemonia ???, ela avaliou os prospectos econômicos de alguns dos candidatos a superpotência mais citados pelos analistas: China, Índia, Brasil, Rússia, África do Sul, Turquia e União Europeia.Em entrevista à BBC Brasil, Rehman comentou sobre as suas conclusões.BBC Brasil: O que a sua análise diz sobre o Brasil?Rehman: A baixa taxa de crescimento do Brasil (de 0,6% no terceiro trimestre) chocou a maioria dos analistas. Em 2013, acredito que veremos uma piora na Europa e nos EUA a recuperação continuará lenta. Isso não traz bons prospectos para outras economias do mundo, nem para o Brasil.Nesse contexto, o modelo brasileiro, de estimular o consumo diante da desaceleração, não é mais sustentável. Os custos de financiamento, embora venham caindo, ainda são muito altos, há muita burocracia e o sistema tributário é muito complexo.Minha principal preocupação no futuro é se haverá suficiente investimento produtivo disponível. Para de fato brilhar a partir de 2013, o Brasil precisa dobrar a sua taxa de investimentos, e não sei de onde vai tirar esse dinheiro.