15 de outubro é o Dia do Professor. Haverá discursos, mensagens e homenagens de sempre para uma das profissões que mais mudou nas últimas décadas. Está se falando mais do mesmo para um perfil que precisa se renovar como poucos. As pessoas mudaram como nunca antes em tão pouco tempo ??? e quem trabalha em sala de aula sabe disso muito bem.
As transformações se deram em três níveis. O educando não é mais o mesmo. Ele não suporta mais aulas expositivas e quer fazer. Já os conteúdos são cada vez mais dinâmicos e multidisciplinares ??? e as relações são velozes e geralmente inesperadas. E, finalmente, os próprios docentes precisam se olhar no espelho para encontrar seu estilo e sua voz perante tudo isso.
Esses processos não são simples e suas inter-relações apresentam nuanças ainda pouco conhecidas e até mesmo desconhecidas. O que se conhece, porém, é a necessidade de mudar. E todos falam sobre isso, mas nem sempre praticam. O professor perdeu seu papel social nesse caldeirão que gera um vórtice de emoções e questionamentos.
A única certeza é que não se pode permanecer mais do que jeito que está, pois, tirando gloriosas exceções, vigora um sistema em que professores fingem que ensinam conteúdos de pouca utilidade para estudantes que fingem que aprendem. A hora do discurso da transformação já passou faz tempo. Chegou a hora da ação responsável antes que seja tarde demais, pois, se não protagonizarmos a mudança, alguém a fará por nós.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.