Somos apenas 28% de consumidores conscientes

Economia,

Somos apenas 28% de consumidores conscientes

20 de julho de 2017

Com o objetivo de compreender se os brasileiros caminham em direção ao consumo sustentável e equilibrado e também acompanhar as mudanças nos hábitos de compra e outras ações cotidianas, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), calcularam pelo terceiro ano consecutivo o Indicador de Consumo Consciente (ICC), que atingiu 72,1%, permanecendo estável em relação a 2016, quando estava em 72,7%. O ICC pode variar de 0% a 100%: quanto mais próximo de 100% for o índice, maior é o nível de consumo consciente.

Em uma escala de 1 a 10, os entrevistados dão nota média de 8,7 para a importância do tema consumo consciente, mas apenas 28% dos brasileiros podem sem considerados consumidores conscientes de fato ??? sem diferença estatística em relação ao ano passado. ?? interessante notar que as opiniões dos entrevistados nem sempre correspondem às atitudes tomadas por eles mesmos em relação ao consumo sustentável: a nota média atribuída à autopercepção de ser um consumidor consciente é 7,6.
O indicador segmenta os consumidores em três categorias, de acordo com a intensidade da prática dos comportamentos considerados adequados: ‘consumidores conscientes’, que apresentam frequência de atitudes corretas acima de 80%; ‘consumidores em transição’, cuja frequência varia entre 60% e 80% de atitudes adequadas e ‘consumidores nada ou pouco conscientes’, quando a incidência de comportamentos apropriados não atinge 60%. Grande parte dos entrevistados são consumidores ainda em transição (56%) ??? com aumento de 8 pontos percentuais em relação a 2016 ??? mas a maioria considera que a adoção de hábitos e práticas de consumo mais conscientes, como a economia de água e energia, redução do consumo e maior reaproveitamento das coisas, sejam importantes (92%).
Gráfico 1 – Consumo Consciente”O consumidor brasileiro ainda possui desempenho abaixo do que é considerado ideal. Porém, na comparação com o ano passado, os consumidores começaram a associar mais frequentemente o consumo consciente não apenas a aspectos financeiros”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Em 2016, o principal benefício percebido pelos entrevistados era o de economizar e fazer o dinheiro render mais (37%), já em 2017, 25% consideram como a principal vantagem da prática do consumo consciente a satisfação por fazer algo positivo para o futuro das próximas gerações e 23% acreditam que é economizar e fazer o dinheiro render mais ??? 21% acreditam que é a sensação de estar fazendo o que é certo.
Para elaborar o indicador, foi realizada uma pesquisa com uma série de perguntas para investigar os hábitos, atitudes e comportamentos que fazem parte da rotina dos brasileiros. Estas questões permearam as três dimensões que compõem o conceito de consumo consciente, e todas elas obtiveram resultados abaixo do desempenho considerado ideal de 80%: práticas ambientais, práticas financeiras e práticas sociais.
Para economizar no dia a dia, 83% utilizam aplicativos nos celulares
O subindicador de Práticas Financeiras ficou em 70% em 2017, ante 74% no ano passado, observando a habilidade do entrevistado para lidar com os apelos do consumismo e a capacidade de gerenciar as próprias finanças sem fazer dívidas ou comprometer o orçamento. Entre os hábitos mais praticados destacam-se avaliar se poderá pagar pelo produto sem prejudicar o orçamento antes de comprá-lo (92%), deixar de comprar novos produtos enquanto pode usar outros ou consertá-los (88%), sempre pesquisar pelos melhores preços, mesmo para itens mais baratos (87%), controlar o valor da conta mensal de telefone (86%) e controlar os impulsos de compra (86%).
Por outro lado, os hábitos menos frequentes são ter chips de diferentes operadoras de celular para aproveitar diferentes promoções (54%), preferir produtos que tem maior durabilidade e que possam ser consertados quando necessário, ainda que sejam mais caros (47%) e não se arrepender por comprar itens que não eram essenciais (19%).
Como forma de economizar dinheiro no dia a dia, 83% utilizam aplicativos nos celulares, especialmente aplicativos que permitam a ligação para amigos, parentes e conhecidos (52%), assistir filmes (40%) e vender produtos novos ou usados (39%).
Meio ambiente: prática mais adotada é doar produtos ao invés de jogar fora
O subindicador de práticas ambientais, relacionadas às preocupações e cuidados com o meio ambiente e consumo de água e luz, tem como objetivo investigar a disposição do consumidor para minimizar o impacto de suas ações e agir de modo a não causar danos ao meio ambiente, utilizando de forma racional os recursos que tem a seu dispor. Em 2017, o subindicador atingiu 74%, sem alteração estatística em relação a 2016 (72%).
Entre as atitudes mais praticadas quando se considera o cuidado com o meio ambiente, estão trocar ou doar produtos que não usam mais ao invés de jogá-los fora (88%), evitar imprimir papeis para conter gastos e em benefício do meio ambiente (76%) e preferir passeios ao ar livre do que fazer compras (73%). Já os hábitos menos praticados são analisar e considerar se as empresas adotam práticas prejudiciais ao meio ambiente em suas compras (59%) e considerar que vale a pena só abastecer o carro com álcool ao invés de gasolina (36%).
Em relação às práticas que abordam o uso da água, as mais adotadas são fechar a torneira enquanto escova os dentes (94%), controlar o valor da conta mês a mês, visando economizar (88%) e ensaboar a louça com a torneira da pia fechada (87%). Por outro lado, são hábitos menos praticados não lavar o carro com mangueira ou em lava-jatos (65%) e ligar a máquina de lavar em sua capacidade máxima (43%).
Já quanto às atitudes adequadas em relação ao uso de energia elétrica, destacam-se apagar as luzes de ambientes que não estão sendo utilizados (94%), controlar o valor da conta de luz mensalmente (89%) e ter a maioria das lâmpadas da casa fluorescentes (84%). São práticas menos comuns assistir televisão junto com os demais moradores da casa para economizar energia (65%) e tirar a tomada dos aparelhos eletrônicos que não estão sendo utilizados (60%).
Apenas 44% recusam a compra de produtos falsificados
O subindicador de práticas de engajamento social analisa a disposição do consumidor para pensar coletivamente, medindo as consequências de suas ações na sociedade, bem como a capacidade para incentivar os outros a também consumir de maneira responsável. Em 2017, o subindicador foi calculado em 72%, também sem alteração estatística em relação a 2016 (70%).
Entre os hábitos de engajamento e responsabilidade social mais praticados pelos consumidores destacam-se o incentivo às pessoas da casa a economizar água e luz (90%), a preferência por passar seu tempo livre com a família e os amigos do que ir a shoppings ou fazer compras (86%) e o apoio ao controle da propaganda (81%).
Já as práticas menos adotadas são relacionadas à compra de produtos falsificados: nunca comprar produtos que não sejam originais evitando o financiamento do crime organizado (60%) e comprar produtos originais, mesmo que as cópias tenham um preço mais atrativo (44%). Esquecimento, falta de conhecimento e tempo são principais barreiras para o consumo consciente

Para os entrevistados, o principal motivador para o consumo consciente de água e luz é o exemplo dado aos familiares amigos (24%), porém o esquecimento (33%), a falta de conhecimento (22%) e de tempo (22%) são as principais barreiras encontradas pelos consumidores para a economia não só desses itens, mas também de telefone e alimentos. Já o principal motivo para evitar a compra desnecessária de alimentos é o fato de ser contra o desperdício de comida (39%).
Seis em cada dez entrevistados (62%) sentem-se felizes ao ver outras pessoas economizando recursos e adotando práticas favoráveis ao meio ambiente. Mas, ao ver outras pessoas desperdiçando recursos e prejudicando o meio ambiente, 47% sentem-se prejudicados, mas mesmo assim continuam fazendo a sua parte, e 27% não se incomodam, já que acreditam que o importante sejam suas próprias ações. 

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Somos apenas 28% de consumidores conscientes

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Somos apenas 28% de consumidores conscientes

20 de julho de 2017

Com o objetivo de compreender se os brasileiros caminham em direção ao consumo sustentável e equilibrado e também acompanhar as mudanças nos hábitos de compra e outras ações cotidianas, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), calcularam pelo terceiro ano consecutivo o Indicador de Consumo Consciente (ICC), que atingiu 72,1%, permanecendo estável em relação a 2016, quando estava em 72,7%. O ICC pode variar de 0% a 100%: quanto mais próximo de 100% for o índice, maior é o nível de consumo consciente.

Em uma escala de 1 a 10, os entrevistados dão nota média de 8,7 para a importância do tema consumo consciente, mas apenas 28% dos brasileiros podem sem considerados consumidores conscientes de fato ??? sem diferença estatística em relação ao ano passado. ?? interessante notar que as opiniões dos entrevistados nem sempre correspondem às atitudes tomadas por eles mesmos em relação ao consumo sustentável: a nota média atribuída à autopercepção de ser um consumidor consciente é 7,6.
O indicador segmenta os consumidores em três categorias, de acordo com a intensidade da prática dos comportamentos considerados adequados: ‘consumidores conscientes’, que apresentam frequência de atitudes corretas acima de 80%; ‘consumidores em transição’, cuja frequência varia entre 60% e 80% de atitudes adequadas e ‘consumidores nada ou pouco conscientes’, quando a incidência de comportamentos apropriados não atinge 60%. Grande parte dos entrevistados são consumidores ainda em transição (56%) ??? com aumento de 8 pontos percentuais em relação a 2016 ??? mas a maioria considera que a adoção de hábitos e práticas de consumo mais conscientes, como a economia de água e energia, redução do consumo e maior reaproveitamento das coisas, sejam importantes (92%).
Gráfico 1 – Consumo Consciente”O consumidor brasileiro ainda possui desempenho abaixo do que é considerado ideal. Porém, na comparação com o ano passado, os consumidores começaram a associar mais frequentemente o consumo consciente não apenas a aspectos financeiros”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Em 2016, o principal benefício percebido pelos entrevistados era o de economizar e fazer o dinheiro render mais (37%), já em 2017, 25% consideram como a principal vantagem da prática do consumo consciente a satisfação por fazer algo positivo para o futuro das próximas gerações e 23% acreditam que é economizar e fazer o dinheiro render mais ??? 21% acreditam que é a sensação de estar fazendo o que é certo.
Para elaborar o indicador, foi realizada uma pesquisa com uma série de perguntas para investigar os hábitos, atitudes e comportamentos que fazem parte da rotina dos brasileiros. Estas questões permearam as três dimensões que compõem o conceito de consumo consciente, e todas elas obtiveram resultados abaixo do desempenho considerado ideal de 80%: práticas ambientais, práticas financeiras e práticas sociais.
Para economizar no dia a dia, 83% utilizam aplicativos nos celulares
O subindicador de Práticas Financeiras ficou em 70% em 2017, ante 74% no ano passado, observando a habilidade do entrevistado para lidar com os apelos do consumismo e a capacidade de gerenciar as próprias finanças sem fazer dívidas ou comprometer o orçamento. Entre os hábitos mais praticados destacam-se avaliar se poderá pagar pelo produto sem prejudicar o orçamento antes de comprá-lo (92%), deixar de comprar novos produtos enquanto pode usar outros ou consertá-los (88%), sempre pesquisar pelos melhores preços, mesmo para itens mais baratos (87%), controlar o valor da conta mensal de telefone (86%) e controlar os impulsos de compra (86%).
Por outro lado, os hábitos menos frequentes são ter chips de diferentes operadoras de celular para aproveitar diferentes promoções (54%), preferir produtos que tem maior durabilidade e que possam ser consertados quando necessário, ainda que sejam mais caros (47%) e não se arrepender por comprar itens que não eram essenciais (19%).
Como forma de economizar dinheiro no dia a dia, 83% utilizam aplicativos nos celulares, especialmente aplicativos que permitam a ligação para amigos, parentes e conhecidos (52%), assistir filmes (40%) e vender produtos novos ou usados (39%).
Meio ambiente: prática mais adotada é doar produtos ao invés de jogar fora
O subindicador de práticas ambientais, relacionadas às preocupações e cuidados com o meio ambiente e consumo de água e luz, tem como objetivo investigar a disposição do consumidor para minimizar o impacto de suas ações e agir de modo a não causar danos ao meio ambiente, utilizando de forma racional os recursos que tem a seu dispor. Em 2017, o subindicador atingiu 74%, sem alteração estatística em relação a 2016 (72%).
Entre as atitudes mais praticadas quando se considera o cuidado com o meio ambiente, estão trocar ou doar produtos que não usam mais ao invés de jogá-los fora (88%), evitar imprimir papeis para conter gastos e em benefício do meio ambiente (76%) e preferir passeios ao ar livre do que fazer compras (73%). Já os hábitos menos praticados são analisar e considerar se as empresas adotam práticas prejudiciais ao meio ambiente em suas compras (59%) e considerar que vale a pena só abastecer o carro com álcool ao invés de gasolina (36%).
Em relação às práticas que abordam o uso da água, as mais adotadas são fechar a torneira enquanto escova os dentes (94%), controlar o valor da conta mês a mês, visando economizar (88%) e ensaboar a louça com a torneira da pia fechada (87%). Por outro lado, são hábitos menos praticados não lavar o carro com mangueira ou em lava-jatos (65%) e ligar a máquina de lavar em sua capacidade máxima (43%).
Já quanto às atitudes adequadas em relação ao uso de energia elétrica, destacam-se apagar as luzes de ambientes que não estão sendo utilizados (94%), controlar o valor da conta de luz mensalmente (89%) e ter a maioria das lâmpadas da casa fluorescentes (84%). São práticas menos comuns assistir televisão junto com os demais moradores da casa para economizar energia (65%) e tirar a tomada dos aparelhos eletrônicos que não estão sendo utilizados (60%).
Apenas 44% recusam a compra de produtos falsificados
O subindicador de práticas de engajamento social analisa a disposição do consumidor para pensar coletivamente, medindo as consequências de suas ações na sociedade, bem como a capacidade para incentivar os outros a também consumir de maneira responsável. Em 2017, o subindicador foi calculado em 72%, também sem alteração estatística em relação a 2016 (70%).
Entre os hábitos de engajamento e responsabilidade social mais praticados pelos consumidores destacam-se o incentivo às pessoas da casa a economizar água e luz (90%), a preferência por passar seu tempo livre com a família e os amigos do que ir a shoppings ou fazer compras (86%) e o apoio ao controle da propaganda (81%).
Já as práticas menos adotadas são relacionadas à compra de produtos falsificados: nunca comprar produtos que não sejam originais evitando o financiamento do crime organizado (60%) e comprar produtos originais, mesmo que as cópias tenham um preço mais atrativo (44%). Esquecimento, falta de conhecimento e tempo são principais barreiras para o consumo consciente

Para os entrevistados, o principal motivador para o consumo consciente de água e luz é o exemplo dado aos familiares amigos (24%), porém o esquecimento (33%), a falta de conhecimento (22%) e de tempo (22%) são as principais barreiras encontradas pelos consumidores para a economia não só desses itens, mas também de telefone e alimentos. Já o principal motivo para evitar a compra desnecessária de alimentos é o fato de ser contra o desperdício de comida (39%).
Seis em cada dez entrevistados (62%) sentem-se felizes ao ver outras pessoas economizando recursos e adotando práticas favoráveis ao meio ambiente. Mas, ao ver outras pessoas desperdiçando recursos e prejudicando o meio ambiente, 47% sentem-se prejudicados, mas mesmo assim continuam fazendo a sua parte, e 27% não se incomodam, já que acreditam que o importante sejam suas próprias ações. 

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