O estudante superdotado Arthur Jorge Trevisoni Filho, de 13 anos, acaba de ser aceito na Mensa Brasil, a maior e mais antiga sociedade de alto QI do mundo. A entidade, que está presente em mais de 100 países, reúne os 2% da população com alta inteligência e que tem como principais objetivos identificar e fomentar a inteligência humana para o benefício da sociedade; incentivar pesquisas sobre a natureza, características e usos da inteligência e fornecer um ambiente intelectual e socialmente estimulante para o seus membros.
Apenas a 11ª pessoa da região a integrar a Mensa Brasil, Arthur também é autista e divide o seu dia-a-dia entre escola, terapias, curso de idiomas e o futebol.
A demora em começar a falar foi o primeiro sinal de alerta para os pais de Arthur, que iniciaram uma longa jornada em busca do diagnóstico definitivo de TEA (Transtorno do Espectro Autista), o que só veio aos 11 anos, juntos com a informação de que o garoto é superdotado.
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“O diagnóstico de que o Arthur é autista não foi uma surpresa para nós, mas uma confirmação. E mais um passo para que a gente pudesse seguir com os acompanhamentos necessários. E mesmo com o Arthur ‘devorando’ livros com muita rapidez e um atrás do outro e com uma memória fantástica, a informação de que ele é superdotado a gente não esperava”, explicou a esteticista Erica Trevisoni, mãe do estudante.
BALANÇA. Erica ressalta ainda que o fato de o filho ser autista e superdotado faz com que o acompanhamento em torno de Arthur funcione como uma espécie de “balança”. “De nada adianta a gente estimulá-lo em relação ao autista e esquecermos suas altas habilidades ou vice versa. O foco tem que ser conjunto e diário”, comentou. “E hoje em dia as escolas estão pouco ou quase nada preparadas para lidar com as crianças superdotadas e autistas também”, completa a mãe.
Fala do superdotado
Para Arthur, que está indo para o 9º ano do ensino fundamental e tem QI de 136, o fato de ter sido aceito na Mensa Brasil pode lhe abrir novas portas no futuro. “Quero participar dos congressos e dos encontros que eles realizam. Acho que vai ser bem legal”, afirma o estudante, cujo hiperfoco – sintoma comum do (TEA) e que se caracteriza pela capacidade de se concentrar intensamente em um assunto ou atividade que interessa muito – está voltado neste momento para o futebol.
“Gosto muito de saber a história dos times, o ano de fundação, a letra do hino, o brasão… Como tenho uma memória muito boa, vou passando essas informações para outras pessoas”, explica o adolescente.
Torcedor do Santos, Arthur mantém uma coleção de camisas de times nacionais e internacionais. E nessa hora, diz ele, nada de “clubismo”. “A última camisa que eu ganhei foi do Bahia. Agora eu quero uma do Corinthians de 1990. Gosto das camisas retrô. Sou um menino vintage”, brinca. Com grande interesse pelas artes, Arthur se dedica também a pintar a bandeira dos clubes pelos quais se aprofunda na história. “A minha última bandeira foi a do Porto Velho, de Rondônia. Quero um dia, quem sabe, fazer uma exposição com todas elas”, projeta o menino, que é aluno assíduo da escolinha de futebol do bairro São Manoel, em Americana.
DIFICULDADES. Embora tenha facilidade com idiomas e artes, por exemplo, e uma memória surpreendente, Arthur encontra dificuldades quando o assunto são as ciências exatas, mostrando ser fantasiosa a ideia de que todo superdotado é um “gênio”. “Não sou bom em matemática. É a matéria que eu acho mais difícil na escola. Me deixa confuso”, admite o estudante.
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