Filmes de terror podem parecer sempre iguais. Mas nem sempre são. ‘Brackenmore’, dirigido por Chris Kemble e J. P. Davidson, é um exemplo disso. A carismática atriz Sophie Hopkins interpreta uma jovem que sai de Londres e vai para uma pequena comunidade irlandesa para cuidar da herança de uma propriedade.
Descobre que ali estão as suas raízes. E que não são exatamente comuns. Bruxaria, misticismo e crença numa estranha seita se misturam com violência e sangue, mas num clima de mistério que mantém o interesse. Surge sempre a questão se todos nós não temos um passado de forças viscerais poderosas que negligenciamos.
O filme trata, e aí está seu maior acerto, da descoberta de origens viscerais insuspeitadas. ?? como se houvesse em cada um vigor desconhecido. E, para que ele surja, é necessário vivenciar alguma situação extrema! Nesse aspecto, os diretores conseguem seu objetivo, criando uma atmosfera que vai num crescente de revelações.
O final pode parecer frustrante, mas se apresenta como lógico dentro da proposta apresentada. A protagonista, colocada em situação de choque, responde da maneira que aquela comunidade e sociedade secreta esperam. Dá literalmente um grito de libertação à opressão e violência recebidas. E abre seu caminho para uma nova e anteriormente insuspeitada vida!
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.