A homeopatia, criada por Samuel Hahnemann, em 1796, foi introduzida no Brasil em 21 de novembro de 1840, por Bennoit Mure (ou Bento Mure). Por essa razão, esta é a data em que se comemora o Dia Nacional da Homeopatia.

“A homeopatia é a terapia alternativa que mais sofre coma disseminação das fake news, nos dias de hoje. Isso não ocorre, por exemplo, com a acupuntura – especialidade também reconhecida pelo CFM -, nem com a ‘medicina ortomolecular’, que por não ser ainda uma especialidade médica, deveria ser chamada sempre de prática ortomolecular. Em relação à homeopatia, o que presenciamos, frequentemente, são declarações públicas contra a especialidade, muitas vezes, proferidas por pessoas que desconhecem as bases científicas da homeopatia”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

A seguir, listamos algumas das fake news mais repetidas sobre a homeopatia, destacando como elas estão em desacordo com as evidências científicas que temos até agora:

“Não há evidências científicas de que a homeopatia funcione”

“Esta é provavelmente a declaração mais frequentemente citada e completamente imprecisa sobre a especialidade. A pesquisa em homeopatia não é um campo novo, há um grande número de estudos científicos sobre o tema, mas eles não são adequadamente divulgados”, diz o homeopata.

Até o final de 2014, 189 ensaios clínicos randomizados e controlados sobre a homeopatia, em 100 condições médicas diferentes, foram publicados em periódicos revisados por outros pesquisadores. Destes, 104 artigos foram controlados por placebo e foram elegíveis para revisão detalhada:

    41% foram positivos (43 ensaios) – descobriram que a homeopatia era eficaz;
    5% foram negativos (5 ensaios) – descobriram que a homeopatia era ineficaz;
    54% foram inconclusivos (56 ensaios).

Uma análise de 1016 revisões sistemáticas da medicina convencional apresenta achados surpreendentemente semelhantes:

    44% foram positivos – os tratamentos provavelmente seriam benéficos;
    7% eram negativos – os tratamentos provavelmente eram prejudiciais;
    49% eram inconclusivos – as evidências não suportavam benefício ou danos.

Embora os percentuais de resultados positivos, negativos e inconclusivos sejam semelhantes na homeopatia e na medicina convencional, é importante reconhecer uma grande diferença na quantidade de pesquisas realizadas. 
“Não há um único ensaio de boa qualidade sobre a homeopatia”

“Muitas pessoas acreditam que todos os ensaios clínicos controlados randomizados de alta qualidade resultaram negativos para a homeopatia. Isso é falso”, diz Chencinski.

Abaixo, estão alguns exemplos de ensaios clínicos controlados randomizados de alta qualidade e revisões sistemáticas / meta-análises positivos:

Tratamento homeopático individualizado para diarreia em crianças. Uma meta-análise de três ensaios clínicos randomizados, controlados por placebo, de Jacobs et al. 2003 mostrou que o tratamento homeopático reduziu a duração da diarreia (p = 0,008);
    Tratamento homeopático individualizado para infecções de ouvido (otite média) em crianças;
    O medicamento homeopático Galphimia glauca para febre do feno (rinite alérgica);
    O medicamento isopático Pólen 30c para febre do feno;
    O complexo medicamentoso homeopático Vertigoheel para vertigem.

Mais pesquisas são necessárias para confirmar as descobertas desses estudos promissores, particularmente repetições em grande escala feitas por outras equipes de pesquisa.

“Cientistas dizem que a homeopatia é impossível”

“Nem todos os cientistas acreditam que a homeopatia é impossível. Luc Montagnier, que ganhou um prêmio Nobel, em 2008, por seu papel na descoberta do HIV, diz que os homeopatas estão certos em usar altas diluições”, afirma o médico.

Em uma entrevista para a revista Science, quando perguntado: “Você acha que há fundo científico na homeopatia …?”, Ele respondeu, “… O que eu posso dizer agora é que as altas diluições estão certas. Altas diluições de algo não são nada como muitos dizem. São estruturas de água que imitam as moléculas originais”.

A ciência é um campo em constante evolução e o que o establishment científico declara ser “impossível” em uma época, muitas vezes provou ser “fato” em outra.

Para tomar apenas um exemplo famoso de reviravoltas médicas, em 1982, quando Barry Marshall e Robin Warren expuseram pela primeira vez sua teoria de que a infecção bacteriana era uma causa subjacente das úlceras estomacais, esta ideia foi ridicularizada.

Os cientistas disseram que era impossível que as bactérias sobrevivessem ao ambiente ácido do estômago, muito menos prosperassem lá, mas, anos depois, Marshall e Warren foram reconhecidos quando finalmente se aceitou que eles estavam certos: a infecção por Helicobacter pylori é de fato a causa mais comum de úlceras estomacais.

Em 2005, eles receberam o prêmio Nobel de Fisiologia. Na citação do Nobel, os médicos foram elogiados por sua “tenacidade e disposição para desafiar os dogmas vigentes”.
“Enquanto os cientistas continuam investigando como os medicamentos homeopáticos têm um efeito biológico, talvez devêssemos ser mais cautelosos sobre o uso da palavra impossível, quando se trata de qualquer faceta da ciência médica”, defende Moises Chencinski.
“Não há nada nesses medicamentos – são apenas pílulas de açúcar”

Os críticos da homeopatia apontam para o fato de que os medicamentos homeopáticos são tão altamente diluídos e que não há “nada neles”. Isso decorre do fato de que os líquidos usados ??????para fazer alguns medicamentos homeopáticos são diluídos além do limiar conhecido como número de Avogadro (diluição 10-23). Isso significa que o líquido é tão altamente diluído que você não esperaria que nenhuma molécula da substância original permanecesse.
São estas “ultradiluições” (medicamentos homeopáticos com potência acima de 12 CH ou 24 X) que geram controvérsia, porque claramente não podem funcionar da mesma maneira que as drogas médicas convencionais, ou seja, através de moléculas que interagem diretamente com a bioquímica do corpo.
“Pesquisadores de todo o mundo estão investigando o mecanismo de ação dos medicamentos homeopáticos, que provavelmente se baseiam na física quântica e não na química. Embora existam várias teorias sendo exploradas, ainda não entendemos como funcionam os medicamentos homeopáticos”, observa o homeopata.

O que sabemos é que muitos estudos laboratoriais mostraram que remédios homeopáticos ultradiluídos têm efeitos biológicos que você não veria se fossem “apenas água” ou “apenas pílulas de açúcar”, como, por exemplo:

    A adição de histamina homeopática a basófilos (glóbulos brancos) pode desencadear a liberação de histamina;
    A tiroxina homeopática, na diluição ultra-alta de 30 X, diminui a velocidade com que os girinos se transformam em rãs.

“A homeopatia é apenas efeito placebo”

?? frequentemente alegado que os medicamentos homeopáticos são “apenas pílulas de açúcar”, que não contêm ingredientes ativos, portanto quaisquer benefícios relatados pelos pacientes se devem puramente ao efeito placebo, ou seja, as pessoas acreditam que as pílulas vão ajudar e essa crença por si só desencadeia uma cura.

“Com qualquer tratamento médico é provável que haja algum ‘efeito placebo’ e, nesse aspecto, a homeopatia não é diferente, mas a teoria de que os efeitos da homeopatia são apenas uma resposta placebo não é apoiada pelas evidências científicas”, destaca o médico.

Se a homeopatia é apenas um efeito placebo, como se explica:
A existência de ensaios sobre placebo controlados de alta qualidade positivos?

Esses ensaios são projetados especificamente para separar o efeito placebo do efeito clínico real do tratamento que está sendo testado.

Medicamentos homeopáticos com efeitos em experimentos de laboratório?

Efeitos foram observados em glóbulos brancos, sapos e plantas de trigo, para citar apenas alguns exemplos.

O fato de a homeopatia poder funcionar em animais?
 
Um rigoroso estudo descobriu que um medicamento homeopático pode prevenir a diarreia por E. coli em leitões – um grande problema na agricultura comercial.