* Daniel Toledo

O futuro da imigração nos Estados Unidos é uma grande dúvida para muitas pessoas. Com Joe Biden no comando da presidência do país, algumas coisas realmente devem mudar quando os consulados voltarem a abrir nos próximos meses. Com boa parte da população querendo viajar e a oportunidade de conhecer ou voltar aos EUA, o visto mais buscado continua sendo o de turismo.

Nos últimos meses houve algum entusiasmo por conta do rumor de abertura de consulados no início de março e, apesar da informação ser segura, não foi concretizada devido aos números da pandemia, que não foram satisfatórios o suficiente para que os processos de visto voltassem a ser avaliados.

Dito isto, recentemente eu recebi uma notícia sobre um estudo feito nos Estados Unidos, alegando que no mês de abril, devido a campanha bem sucedida de vacinação, a imunidade dos habitantes estaria alta o suficiente para que o fim da pandemia seja decretado no país. A palavra de Biden, no entanto, vai mais além. Segundo o presidente, até o final de maio o problema causado pelo coronavírus deve ser controlado. Mas é importante lembrar que qualquer informação é apenas especulação até que haja uma publicação oficial.

No momento não há convicção sobre o estudo, mas as previsões são de uma reabertura escalonada em que os consulados passam a avaliar alguns tipos de vistos e em determinados casos serão processados no período estimado.

No Brasil as restrições devem continuar até que a situação tenha algum sinal de melhora e, considerando a variação do vírus descoberta em Manaus, será necessário que o governo, em todas as suas esferas, trabalhe para diminuir a incidência de contaminação.

Sobre os protocolos, é importante ter em mente que os consulados americanos em território brasileiro estão fechados há aproximadamente um ano. Quando a reabertura acontecer de fato, existe a grande possibilidade de muitas solicitações serem feitas simultaneamente e devido ao distanciamento social a dinâmica de entrevistas e digitalizações deve ser alterada. Por isso, esse é o melhor momento para começar a organizar o procedimento, seja com o planejamento da viagem, documentação e todo o processo par protocolar o visto.

Pessoalmente, acredito que o governo Biden deve ser bastante restritivo com os vistos de turismo nos próximos meses, uma vez que o momento pede cautela. Também é importante ressaltar a campanha presidencial e a intenção de alterar questões relacionadas a imigração, como a regularização de pessoas ilegais nos EUA. Os detalhes serão votados futuramente e por isso é o presidente deve restringir a entrada de mais pessoas no país nesse momento.

Essa também é uma razão para dificultar o acesso aos vistos mais comuns, como os de turismo, estudantes e negócios, que são algumas das portas de entrada que as pessoas utilizam para permanecer no país além do tempo permitido.

Algumas dicas para preencher o formulário DS-160 é utilizar os artifícios que demonstram vínculos com o Brasil, como um trabalho de longa data, localização da família e renda suficiente para fazer turismo, que pode ser demonstrada por extratos, declarações de imposto de renda etc. Além disso, é importante verificar quais são os seus vínculos nos Estados Unidos, como o local da estadia e se existe algum conhecido no país.

Um dos principais pontos de recusa de visto é o motivo de retorno para o país de origem, por isso é importante ter essas razões esclarecidas, como patrimônio, família, um vínculo definitivo ou documentos que comprovem o hábito de viajar. Ser claro e verdadeiro durante a entrevista também é fundamental para evitar problemas no futuro.

Daniel Toledo é advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito Internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br.  Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 90 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB São Paulo e Membro da Comissão de Direito Internacional da OAB santos