Vendido a R$ 1.300, Ozempic pode trazer problemas à visão, alerta especialista

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O Ozempic se tornou uma febre no Brasil como forma de tratamento para doenças como obesidade e diabetes tipo 2. Segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), as vendas da Novo Nordisk, empresa responsável pelo produto, chegaram a gerar receitas de R$ 3,7 bilhões no mercado nacional em apenas um ano.

Os valores para a população variam, podendo chegar a R$ 1.300 por caneta utilizada no tratamento. Apesar da eficácia, o uso indiscriminado tem gerado preocupação na medicina. Um possível efeito colateral ainda pouco discutido envolve a visão, tema de um estudo conduzido em Harvard, nos Estados Unidos.

Ozempic vira fenômeno no Brasil

Desenvolvido originalmente para o tratamento de diabetes tipo 2, o Ozempic também ganhou força como aliado no emagrecimento. Sua substância ativa, a semaglutida, ajuda a controlar a glicemia e aumenta a sensação de saciedade, reduzindo o apetite.

De acordo com a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), mais de 13 milhões de brasileiros já utilizaram canetas para emagrecimento, e o Ozempic se consolidou como o principal nome do mercado.

A procura cresceu rapidamente, e o medicamento entrou para a lista dos mais vendidos do país. Em alguns períodos, a demanda foi tão alta que houve escassez nas farmácias.

Especialistas, entretanto, reforçam que o uso exige acompanhamento médico. Apesar da eficácia, a semaglutida não é indicada para todos os perfis de pacientes e pode trazer riscos quando consumida sem orientação adequada.

Ozempic pode aumentar risco de problema ocular

Um estudo da Mass Eye and Ear, em Harvard, publicado na JAMA Ophthalmology, levantou preocupações sobre os efeitos do Ozempic na visão. O medicamento foi associado a casos de neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NAION), uma condição rara que pode causar perda permanente da visão.

Entre pacientes com diabetes tipo 2, 8,9% dos usuários de Ozempic desenvolveram NAION, enquanto apenas 1,8% dos que utilizaram outros medicamentos apresentaram a condição. Isso representa um risco 4,28 vezes maior para quem faz uso da semaglutida.

Em pacientes com sobrepeso ou obesidade, sem diabetes, o risco também aumentou: 6,7% dos que usaram Ozempic desenvolveram a condição, contra 0,8% dos que recorreram a outros fármacos, correspondendo a uma probabilidade 7,64 vezes maior.

O oftalmologista Dr. Ricardo Filippo, da COI Oftalmologia, que acompanha de perto pesquisas sobre medicamentos para diabetes e emagrecimento, pede cautela em relação ao tema:

“Estamos ainda no início de uma grande pesquisa, mas este estudo já nos alerta para os cuidados necessários. Qualquer medicamento gera atenção quando há relatos inesperados relacionados à sua composição.”

Apesar de raro, o risco merece atenção. Especialistas reforçam que o Ozempic continua sendo eficaz para controlar diabetes e obesidade, mas seu uso deve ser acompanhado de perto por um médico.

 

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