O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de 2017 confirmou a melhora do mercado de trabalho formal brasileiro. Segundo números apresentados nesta sexta-feira (26) pelo Ministério do Trabalho, o resultado acumulado do ano ??? equivalente aos últimos 12 meses ???, indicou o fechamento de 20.832 vagas, uma redução de apenas 0,05% em relação ao estoque de dezembro de 2016. ???Para os padrões do Caged, esta redução em 2017 é equivalente à estabilidade do nível de emprego, confirmando os bons números do mercado na maioria dos meses do ano passado e apontando para um cenário otimista neste ano que está começando???, afirmou o ministro do Trabalho substituto, Helton Yomura.
O otimismo é justificado pela comparação do saldo acumulado de 2017 com o fechamento de 2016, que apresentou um saldo negativo de 1.326.558 vagas, e de 2015, quando houve queda de 1.534.989 postos de trabalho no País, na série ajustada. ???Aqueles foram os piores resultados da série histórica do Caged, mas em 2017 o impacto positivo das medidas do governo já foi sentido, revertendo a tendência de retração do mercado de trabalho formal???, disse Yomura. De acordo com o Caged, em dezembro o estoque de emprego formal no Brasil teve retração ??? situação historicamente normal para o período ???, com o fechamento de 328.539 postos de trabalho, uma queda de 0,85% em relação ao estoque do mês anterior. Foram 910.586 admissões e 1.239.125 desligamentos no mês. ???O resultado de dezembro veio dentro das expectativas de mercado, que já esperava um saldo consolidado do ano próximo da estabilidade???, disse o coordenador de Estatísticas do Trabalho do MTb, Mário Magalhães.
Destaques do ano ??? Conforme o Caged, no ano passado a geração de empregos formais foi liderada pelo Comércio, com saldo positivo de 40.087 postos de trabalho formais. Resultado bem superior aos de 2016, quando foram registradas perdas de 197.495 vagas, e de 2015, quando foram fechados 212.756 postos.
Também houve saldo positivo na Agropecuária, que abriu 37.004 postos em 2017, revertendo a queda de 2016 (-14.193 vagas); e em Serviços, com 36.945 novos postos, interrompendo as quedas de 2016 e 2015 (-392.574 e -267.927, respectivamente).
Já a Construção Civil e a Indústria de Transformação tiveram as maiores reduções em 2017 (-103.968 e -19.900 postos, respectivamente). Ainda assim, os resultados foram melhores do que em 2016 (-361.874 na Construção Civil e -324.150 vagas na Indústria de Transformação) e 2015 (-416.689 na Construção Civil e -612.219 na Indústria de Transformação).
Entre as regiões do País, houve saldo positivo na geração de empregos no Centro-Oeste, com saldo positivo de 36.823 postos, e no Sul, onde foram geradas 33.395 novas vagas. Os números confirmam a reversão da queda verificada nessas regiões em 2016 (-66.410 vagas no Centro-Oeste e -147.191 no Sul) e em 2015 (-64.887 no Centro-Oeste e -229.042 no Sul).
No Norte, por sua vez, houve estabilidade, com o fechamento de apenas 26 postos no acumulado do ano, enquanto no Sudeste (-76.600 postos) e no Nordeste (-14.424 postos) o Caged registrou quedas na geração de emprego. Nos anos de 2016 e 2015, porém, os saldos negativos nessas regiões foram bem mais expressivos: Norte (-78.989 vagas e -97.111, respectivamente); Sudeste (-791.309 e -892.689); e Nordeste (-242.659 e -251.260).
O ano também foi positivo para o mercado de trabalho de 15 Unidades Federativas. O destaque foi para Santa Catarina (29.441 postos), Goiás (25.370 postos), Minas Gerais (24.296 postos), Mato Grosso (15.985 postos) e Paraná (12.127 postos).
Dentre os estados que tiveram redução no número de vagas formais, Rio de Janeiro (-92.192 postos), Alagoas (-8.255 postos), Rio Grande do Sul (-8.173 postos), Pará (-7.412 postos) e São Paulo (-6.651 postos) tiveram os resultados mais expressivos. ???São estados que, nos dois anos anteriores, tiveram resultados bem piores. No Rio de Janeiro, por exemplo, as perdas foram de -238.528 em 2016 e -183.151 em 2015???, destacou Helton Yomura.