De acordo com a estimativa elaborada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o Sudeste concentra o maior número absoluto de inadimplentes em janeiro: são 24,2 milhões de consumidores negativados, o que representa 37,3% da população adulta entre 18 e 95 anos na região. 

A segunda região com maior número absoluto de devedores é o Nordeste, que conta com 15,8 milhões de negativados (39,9% da população). Em seguida, aparece o Sul, com 8,0 milhões de inadimplentes (36,0%); o Norte, com 5,3 milhões de devedores (46,6%) e o Centro-Oeste, por sua vez, aparece com um total de 5,0 milhões de inadimplentes, ou 43,80% da população.
No total, o indicador mostra uma estabilização do número de negativados, com 58,3 milhões de devedores em janeiro. No mesmo mês de 2016, a estimativa era de 57,6 milhões de consumidores, o que mostra um aumento de 700 mil casos ao longo do ano.
“A desaceleração do crescimento da inadimplência ocorre desde o segundo trimestre de 2016 e esse movimento é influenciado pelo próprio cenário recessivo, que reduziu a capacidade de pagamento das famílias, assim como a tomada de crédito por parte dos consumidores e sua propensão a consumir”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. “Isso quer dizer que o consumidor encontra mais dificuldade para se endividar – e, sem se endividar, não se torna inadimplente.”
O indicador mostra que 39% da população brasileira adulta está registrada em listas de inadimplentes, enfrentando dificuldades para realizar compras a prazo, fazer empréstimos, financiamentos ou contrair crédito.
A estimativa por faixa etária revela que é entre os 30 e 39 anos que se observa a maior frequência de negativados. Em janeiro, quase metade da população nesta faixa etária (49,4%) tinha o nome inscrito em alguma lista de devedores – um total de 16,8 milhões. Também merece destaque uma porcentagem significativa da população com idade entre 25 e 29 anos (46,6%) estar negativada, assim como os consumidores com idade entre 40 e 49 anos (46,4% em situação de inadimplência).
Entre os mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, a proporção cai para 19,1% – em número absoluto, 4,6 milhões. Já a população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, a proporção é de 29,5%, o que representa 4,6 milhões de pessoas.