(Reuters) – O dólar futuro disparou na abertura dos negócios desta quinta-feira, atingindo o limite máximo permitido de 3,3235 reais para este pregão, depois de denúncias envolvendo o presidente Michel Temer que alimentaram percepções de que as reformas serão afetadas.
Os temores eram tão grandes que não havia negócios no mercado à vista de dólar, com os investidores optando por não tomar posições. O Banco Central anunciou nova intervenção no mercado, com leilão de swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, e que não eram voltados para rolagem de contratos já existentes.
Segundo informações da B3, o dólar futuro tem limite de negociação diária de 6 por cento, para cima ou para baixo e, uma vez atingido, só podem sair negócios dentro desse nível.
“Quem é que vai vender dólar a 3,20 reais se amanhã ele pode estar a 3,90 reais?”, afirmou o superindente de câmbio do Banco Ourinvest, Ralph Bigio.
Na noite passada, o jornal O Globo noticiou que Joesley Batista, um dos controladores do frigorífico JBS, gravou Temer concordando com pagamentos para manter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso.
Assim que a notícia chegou ao Congresso, a oposição não perdeu tempo para pedir o impeachment de Temer, enquanto líderes governistas, pegos de surpresa, pediam cautela com a informação, evitando fazer defesas mais taxativas.