Em reunião realizada esta terça-feira (11) na sede da CPFL Renováveis, em Jundiaí, foi definida a primeira ação imediata para retirada dos aguapés na represa do Salto Grande, em Americana. A audiência foi agendada pelo deputado estadual Chico Sardelli (PV) com o superintendente de Sustentabilidade da companhia, Fernando di Franco, e o gerente de Meio Ambiente, Daniel Darbert, com a presença de representantes da Praia Azul e dos Namorados, do Legislativo, da Prefeitura e do Barco Escola.
A proposta é manter aberta uma pequena comporta lateral de superfície na barragem, aproveitando a própria vazão da represa para empurrar as macrófitas a montante. Será uma ação conjunta com o Departamento de Água e Esgoto (DAE) para não prejudicar a captação de água e o abastecimento do município. “Foi uma reunião muito produtiva para encaminhamento principalmente dessa questão do aguapé. ?? uma medida paliativa no momento, mas muito importante. A grande quantidade de aguapés, como está hoje, afasta a população do local e gera outros problemas, como aumento da violência e da prostituição. Não se trata de uma questão só de aproveitar a orla da praia, mas de saúde pública, de segurança e qualidade de vida para a comunidade. O preço que a cidade está pagando é muito alto”, destacou Sardelli.
O deputado ressaltou ainda que esse movimento continuará trabalhando em outras questões que envolvem a represa, como o tratamento do esgoto, e ações com as cidades a jusante que não estão cumprindo seu papel e continuam poluindo a represa. O secretário de Meio Ambiente de Americana, Odair Dias, informou que a próxima reunião está marcada para dia 18, em Americana, para encaminhamento de um cronograma e datas para início dos trabalhos. “Essa ação vai retirar uma grande quantidade dos aguapés da represa. Paralelamente a isso, a Secretaria também está estudando a implantação de cinturões, com cabos e bambus, para as margens da represa ficarem livres dos aguapés”, comentou. De acordo com o superintendente da CPFL Renováveis, a retirada mecanizada das macrófitas, como era feita até o ano passado, não é viável e não tinha resultados efetivos. “Durante 20 anos de retirada mecânica não resolveu o problema, porque está atrelado ao saneamento, à poluição da água”, destacou. A empresa contratou um estudo específico para a represa, que apontará as melhores formas de controle e retirada dos aguapés. “A partir desse estudo vamos ter uma solução mais efetiva”. Enquanto esse estudo não é concluído, Sardelli cobrou uma alternativa da CPFL, mesmo que paleativa, para retirada dos aguapés, sendo discutida então essa oportunidade de ativar a saída das macrófitas. “Estamos antecipando uma das medidas de manejo sinalizadas pelo estudo. Não vamos abrir as três comportas, mas apenas manter aberta uma pequena comporta lateral e aproveitando a força natural da água para empurrar os aguapés com técnica apropriada e de forma gradativa. Esse sincronismo de ação com o DAE é fundamental”, observou Daniel.
O presidente do Barco Escola, João Carlos Pinto, considerou que essa união de esforços está sendo essencial na busca de soluções. Representantes dos Comitês das Bacias Hidrográficas da região também serão convidados para a próxima reunião, assim como o Ministério Público. Esse é o terceiro encontro agendado por Sardelli para discutir questões da Praia Azul e da represa. O extravasamento de esgoto na região da orla e as soluções foram tratadas dia 30 com o diretor do DAE, Carlos Cesar Gimenez Zappia, que contribuiu muito na reunião de hoje com informações técnicas para definição das ações.
Também participaram da reunião o secretário municipal de Obras e Serviços Urbanos, Adriano Camargo Neves, o vereador Léo da Padaria, os moradores da Praia Azul Fabiano Bié, Gercino Fernando e Marcelo Masoca, e da Praia dos Namorados Vanessa de Oliveira, presidente da Associação de Moradores, e Lucas Alves.