O título deste artigo parece óbvio, mas não é. Em pleno século XXI as questões educacionais do nosso país deveriam estar solucionadas, mas não estão. Pior: parece que estão rumando ao retrocesso.
Toda nação deste planeta que almeja o desenvolvimento cultural, tecnológico, científico e econômico tem, obrigatoriamente, que passar pelos caminhos da Educação. No caso do Brasil não seria diferente e nossa própria Constituição Federal de 1988 estrutura este direito.
Como projeto de nação teríamos que investir maciçamente na educação, principalmente na educação pública, pois bem sabemos que a maior parte das famílias brasileiras não tem condições de pagar por uma escola particular, e esta condição do ensino privado é exceção e não poderia ser considerada como regra. Regra essencial é o ensino público.
Aqui em Americana talvez não seja o caso de falta de acesso à educação, mas se formos analisar o nosso território nacional, esse acesso é garantido? Como fica a situação dos indígenas, quilombolas, portadores de necessidades especiais, famílias em situação de miséria e crianças e jovens em estado de vulnerabilidade? Outro ponto tão importante é a qualidade da educação. Ela atende à legislação e aos nossos anseios?
Antes de qualquer coisa é preciso reafirmar que a educação é um dever do Estado, nas esferas municipal, estadual e federal e não podemos admitir discursos políticos de que a educação seja um gasto. Não. Todo dinheiro destinado ao ensino é investimento, investimento no futuro de nossa nação. ?? preciso investir em infraestrutura, equipamentos e principalmente nos professores já que eles são os verdadeiros nutridores do conhecimento.
Tais mestres e mestras do ensino precisam de melhor remuneração, treinamento, cursos de aperfeiçoamento, pois o trabalho profissional não fica restrito à sala de aula, mas se estende para suas casas, com preparação de aula e correção de provas.
?? sobretudo uma reflexão sobre o respeito a esses profissionais e uma consciência ampla sobre onde e em que condições queremos chegar como país, que nos fará entender e exigir de nossos governantes uma seriedade nessas questões fundamentais. Como vamos querer que nossas crianças, jovens e adultos tenham uma formação pessoal, profissional e social nas instituições de ensino, se nossa política e nossas atitudes se desviam dos princípios básicos da Constituição e de um autodesenvolvimento enquanto nação independente?
Heber PequenoMúsico, empreendedor e secretário estadual do Movimento Cultural Darcy Ribeiro