A obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção facial, em vigor no Estado de São Paulo desde a última quinta-feira (7), inseriu um novo resíduo sólido no cotidiano das famílias. No entanto, especialistas em saúde e meio ambiente da Prefeitura de Nova Odessa chamam a atenção da população para a importância do descarte correto dos acessórios depois do uso, para evitar a disseminação do novo coronavírus e a poluição da natureza.
A médica infectologista Silvana Aparecida Marquez Souza explica que luvas e máscaras descartáveis (cirúrgicas) precisam ser inutilizadas imediatamente após o uso. “A melhor maneira de fazer isso em casa é colocar em saco plástico e descartar no lixo do banheiro. Reforçando que é imprescindível lavar bem as mãos com água e sabão após o descarte”, explica a infectologista da rede municipal de saúde de Nova Odessa.
Para uso da população, a especialista destaca a eficiência das máscaras de tecido, que são laváveis. “Elas são uma barreira física importante nesse momento para reduzir as chances de contágio e podem ser reutilizadas após serem devidamente lavadas com água e sabão, detergente ou hipoclorito de sódio [cândida]”, afirma Silvana Marquez Sousa.
Em relação às luvas descartáveis, a infectologista alerta para a falsa sensação de segurança que elas provocam. “Muitas vezes, a pessoa acha que está totalmente protegida com a luva e acaba tocando a boca, o nariz e olho com uma superfície que pode estar infectada. Esse é o principal perigo do uso de luvas”, orienta Silvana.
Assim como as máscaras descartáveis, as luvas não podem ser reutilizadas em hipótese alguma. “A luva é descartável; só pode ser usada uma única vez. Não pode ser lavada ou reaproveitada. Deve ser descartada após o uso. Outra coisa importante: é imprescindível lavar bem as mãos antes e depois da utilização”, recomenda a médica. Tanto no manuseio de luvas e máscaras como em todas as ações do dia a dia, a especialista reforça a importância da higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool gel.
A Secretaria de Meio Ambiente, Parques e Jardins pede para que a população colabore. “Se a pessoa puder usar máscaras reutilizáveis, melhor. Além disso, pedimos para que não faça o descarte nas ruas ou em locais públicos de forma alguma, pois os resíduos [tecido, TNT, polipropileno], além de constituírem materiais contaminantes na natureza, podem provocar entupimentos na tubulação”, diz a diretora de Meio Ambiente, Aryhane Massita.
Máscaras e luvas descartadas corretamente no lixo doméstico serão recolhidas pela Pass Ambiental, empresa contratada pela Coden para a coleta de resíduos sólidos no município.
Já Sumaré, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, alerta a população para que sejam reforçados os cuidados com o descarte e acondicionamento do lixo doméstico, principalmente durante o período de quarentena, a fim de diminuir os riscos de contaminação pela Covid-19. Tais medidas atendem às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e visam à prevenção tanto para os moradores quanto para os coletores, profissionais que estão nas ruas prestando serviços essenciais à população.
Todos os resíduos devem ser jogados no lixo comum, incluindo máscaras e luvas descartáveis, materiais usados na higiene pessoal e embalagens. Utilizar sacos plásticos duplos e bem resistentes e colocar o lixo na lixeira apenas no dia da coleta também ajuda bastante, evitando que sejam rasgados por animais.
No caso de máscaras de tecido, o descarte requer cuidados especiais –  lembrando que o uso de máscaras de proteção individual sempre que houver necessidade de sair de casa passou a ser obrigatório em todo o território estadual desde o último dia 7. As máscaras de pano devem ser inutilizadas ao observar perda de elasticidade das hastes de fixação ou deformidade no tecido, o que pode causar prejuízos à barreira.
Para remoção da máscara, manuseie o elástico ao redor das orelhas (não toque a parte frontal) e jogue o acessório fora imediatamente em um saco de papel ou plástico fechado ou em uma lixeira com tampa. Evite tocar a superfície do saco de papel ou plástico após o descarte da máscara. Não toque no rosto ou em superfície, lave imediatamente as mãos com água e sabonete ou passe álcool em gel 70%.
???A rotina doméstica mudou bastante desde o início da pandemia e nós temos que nos adaptar. A forma como tratamos o descarte do lixo dentro de nossas casas é importante para não colocar em risco a nossa saúde, da nossa família e também daqueles que continuam trabalhando pela população???, reforçou o prefeito Luiz Dalben.
Coleta
Embora a população esteja passando mais tempo dentro de casa, dados da Estre – empresa contratada pela Prefeitura para execução dos serviços de coleta e destinação do lixo em Sumaré – apontam uma diminuição do volume de resíduos recolhidos na cidade tendo como referência o último mês de fevereiro (anterior às medidas restritivas). Em março, o volume apresentou 5% de queda na coleta e, em abril, essa redução foi de 7%.
Aliada às orientações da Prefeitura à população para os cuidados ao descartar e acondicionar o lixo doméstico, a Estre informou que também tem redobrado as medidas preventivas a fim de resguardar a saúde dos colaboradores da empresa neste momento de pandemia.
De acordo com a assessoria de imprensa da Estre, uma intensa campanha de comunicação foi desenvolvida junto aos colaboradores, com ações voltadas à conscientização do risco, sintomas da doença, o uso correto dos equipamentos e proteção, importância do distanciamento e da higiene pessoal, entre outros aspectos.
Na área operacional, foi adotada uma série de modificações nas rotinas. Diariamente, todos os colaboradores passam por medição de temperatura corporal e respeitam turnos de entrada e saída, evitando aglomerações. Os profissionais também têm à disposição frascos de álcool em gel em pontos estratégicos das unidades, além de kits de higienização nos caminhões, que passam por limpeza constante com hipoclorito de sódio.