Em tempos de distanciamento social, medida necessária para frear a disseminação da Covid-19, quem está solteira precisa rever todos os conceitos que envolvem a sexualidade. Segundo a sexóloga Danni Cardillo, não dá para ignorar o abalo emocional provocado por tantas mudanças, já que o sexo é importante para o nossa física e emocional.
“A sexualidade tem sua importância fundamental na saúde dos relacionamentos, além de promover uma série de benefícios próprios ao indivíduo em sua necessidade humana. Uma vez que o sexo reage a fisiologia orgástica promovendo vitalidade, autoestima, endorfina, libido, entre tantas outras coisas. Os prazeres do corpo se fundamentam na química capaz de manter o vigor, alegria e bem-estar”, explica.
Neste cenário, a masturbação se tornou uma necessidade e até uma recomendação de alguns países como uma das medidas para conter o avanço do novo coronavírus.
“Nada de beijos, abraços, apertos de mãos ou sexo. Intimidades somente consigo mesmo, através do autoerotismo. Usar a imaginação pode ser o melhor caminho. Interação somente virtual recorrendo a vídeo chamadas, filmes eróticos e render-se à tecnologia ao seu favor com vibradores’, afirma a sexóloga.
Danni pontua que o distanciamento social traz uma boa oportunidade de descobrir do próprio corpo.
“Esse é o melhor momento de olhar para dentro usando a privacidade como um recurso de descobertas, afinal vai ver sua nudez”.
Segundo Cardillo, para mulheres, brinquedos eróticos dão mais prazer que se masturbar usando apenas os dedos.
“Os brinquedos eróticos facilitam muito mais a excitação e orgasmo genital, mas nada impede que ela se toque. Esse recurso é muito válido porém se tiver alguém que a massageie e a toque como um parceiro ou profissionais da terapia tântrica sem dúvida é muito mais prazeroso, pois a mulher sai do sexo passivo e assume o protagonismo do prazer. Imagine você fazendo um cafuné em si mesmo, é bom ? Imagine você receber !!!! Muitooooo melhor. Essa metáfora que eu uso em abordagem na terapia presencial e on-line”.
É importante também se atentar à lubrificação, já que não há trocas de carinhos iniciais, que ocorreriam em uma relação a dois.
“A lubrificação natural só ocorrerá com excitação. Então, recorra inicialmente um óleo de coco circulando pela vagina com o auxílio de um vibrador”, explica a sexóloga, que afirma que a mulher pode atingir múltiplos orgasmos com a prática:
“As mulheres alcançam múltiplos orgasmos na masturbação e não tem limite de quantidade, porém em uma sessão tântrica, um orgasmo dura até 40 minutos. Além de transcender os dois pontos de prazer: o clitóris e ponto G”.
A especialista pontuou por que a masturbação ainda é um tabu para mulheres e sempre foi algo recorrente na vida dos homens:
“Por conta do legado patriarcal e religião que ditou a submissão das mulheres em apenas gerar filhos sem prazer sexual. Assim o orgasmo da masturbação foi passado como algo repugnante, profano e imoral a reputação feminina. Enquanto os homens obtiveram muito mais recursos à pornografia além de acesso a prostíbulos. Daí vale reiterar que nenhum dos gêneros saiu beneficiado. Por isso, há uma demanda de cursos de autodesenvolvimento na sexualidade para homens buscando sanar suas disfunções sexuais, como ejaculação precoce e as mulheres anorgasmia”.
E para começar a praticar sexo sozinha, é necessário se entregar. A expert também ensinou cinco exercícios para que a prática seja bem prazerosa.
“Reserve de 30 a 60 minutos do seu dia para esse exercício. Tenha certeza de que estará sozinha sem risco de ser incomodada. Esse momento é seu. Comece dando se prazer como costuma fazer. Nessa primeira vez, comece encenando o orgasmo após ter-se dado prazer, mas antes de ficar muito excitada”.
1- Mova-se, contraia os músculos
2- Fique deitada, bem rígida,
3- faça movimento pélvicos emitindo ruídos
4- Se permita tudo que lhe pareça exagerado.
5-Solte gemidos, arranhe, dê socos na cama, grite quanto mais exagerado melhor.
“Se quiser pare de se masturbar ou continue enquanto encena seu “orgasmo”. Nas primeiras vezes, é provável que você se sinta desajeitada, mas ficará cada vez mais fácil com a prática. Lembre-se, a sua forma de atuar, não é o que apareceria numa situação natural, nem a que deveria ser. Nesse exercício, finja que você é a estrela de sua própria fantasia orgástica. Repita estes exercícios duas a três vezes na próxima semana (pelo menos uma vez por sessão de autodescoberta). É libertador, eu garanto. No final de semana, acredite você estará mais segura de si e perceberá a ausência do medo, da crítica de se soltar, descobrindo que movimentos e sentimentos que você temia deixem de existir . Use o erotismo como uma grande brincadeira já amadurecemos bastante e fazer o nosso corpo um parquinho de diversões onde todos se divertem descobrindo a maneira leve de se permitir viver a plenitude do prazer.
Vibre alto! Sexo é vida”.