Sabe aqueles sintomas como calorão, distúrbios do sono e alterações de humor que afetam as mulheres que estão no climatério ou menopausa? Apesar de serem considerados normais, esses efeitos colaterais têm um impacto negativo no estado físico e emocional de quem está vivendo essa fase. Mas a novidade é que a tecnologia pode ser uma forte aliada no controle de todo esse desconforto.
É o que promete o aplicativo Lody, desenvolvido por ex-alunas do curso técnico de Informática para Internet integrado ao Médio (Etim) da Escola Técnica Estadual (Etec) Jorge Street, de São Caetano do Sul. Batizado com um nome que mescla as palavras do inglês lady + body, o app foi criado como uma ferramenta educativa para tirar dúvidas sobre a saúde e combater tabus e preconceitos relacionados a essa fase, além de estimular os cuidados com a saúde. O aplicativo está disponível para dispositivos Android e pode ser baixado gratuitamente pela Play Store.
Diário íntimo
Um dos recursos da plataforma é um quiz com perguntas sobre os sintomas físicos e emocionais da usuária. As respostas são tabuladas e geram gráficos que dão um panorama da saúde da mulher num determinado período. “O app é uma espécie de diário íntimo para facilitar as consultas médicas. As anotações ajudam as pacientes nos relatos sobre sintomas e cuidados que estão tomando”, explica Isabella Teixeira, uma das desenvolvedoras do aplicativo.
O conteúdo do Lody inclui ainda vídeos com médicos e psicólogos de diferentes áreas explicando sobre a diferença entre climatério e menopausa, reposição hormonal, câncer, pólipos, endometriose e tratamentos alternativos para os sintomas da menopausa. A Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) foi uma das fontes consultadas pelo grupo.
A professora Márcia Ferreira foi orientadora do TCC das alunas e assistiu à apresentação do projeto no demoday do programa StartUp in School, realizado no último mês de julho. “É uma satisfação acompanhar a evolução de um projeto e o amadurecimento que esta experiência trouxe para as alunas nesses três anos”, avalia.
O grupo que idealizou e produziu o Lody é composto pelas ex-alunas Debora Nascimento, Gabriella Salles, Isabella Teixeira, Mariana Paulino, Maria Camila de Toni e Letícia Waku. A experiência no projeto influenciou as escolhas profissionais das estudantes. Debora cursa Ciência e Tecnologia, Isabella faz Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Letícia estuda Ciência da Computação e Gabriella vai se formar em Farmácia Bioquímica, enquanto Mariana e Maria Camila estão fazendo cursinho pré-vestibular.
Empreendedorismo digital
O aplicativo Lody foi destaque na StartUp in School de 2018, um programa de iniciação em Empreendedorismo Tecnológico Estudantil, realizado pela Ideias de Futuro em parceria com o Google. Por isso, foi escolhido para participar de uma mentoria e participou também da última etapa da competição, o demoday de julho deste ano.
A ferramenta conquistou ainda o primeiro lugar no BandTec 2019 – premiação da Digital School que avalia Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), e recebeu um cheque no valor de R$ 10 mil para ser trocado por produtos e serviços destinados aos projetos pedagógicos da Etec Jorge Street.
A Etec Jorge Stret já havia vencido o StartUp in School em 2016, na categoria Top Inovação, com o desenvolvimento de outro aplicativo. Batizado de Walp – Wave of Help, o app foi criado para estimular projetos de impacto social, facilitando o contato entre Organizações Não Governamentais (ONGs) e doadores.