Uma tragédia chocou Americana no primeiro fim de semana de setembro. As imagens do incêndio nas fábricas de Carioba rodaram o mundo pela internet, impressionando a todos de maneiras diferentes. Para nós, americanenses, o impacto foi ainda maior. Tivemos a sensação de perder uma parte da nossa própria vida, pois foi lá que começamos nosso progresso, nosso desenvolvimento, que nos renderia o charmoso apelido de Princesa Tecelã.
Lembro com muito carinho de frequentar, na infância, o campo que fica no fundo das fábricas destruídas pelo fogo. Carioba me traz recordações muito especiais e que levarei para sempre em meu coração. Fontes oficiais dão conta que a Fábrica de Tecidos Carioba foi uma das primeiras tecelagens paulistas, fundada em 1875 pelo engenheiro William Pultney Ralston, associado aos irmãos fazendeiros Antonio e Augusto de Souza Queiroz. Esse é o mesmo ano de fundação do município de Americana, que completou recentemente 145 anos. Não por acaso, a história de Carioba e de Americana se confundem. É onde podemos dizer que moram nossas raízes mais profundas.
Lamentamos profundamente o ocorrido, ficamos realmente tristes, mas é necessário pensar além do sentimento de pesar. Precisamos unir forças, realizar um plano coletivo e usar nossa experiência dentro da vida pública para apoiar os empresários atingidos. Além disso, temos que ter a consciência de que é urgente buscar formas de recuperar os nosso prédios e espaços históricos.
Um grupo que não valoriza sua história não tem futuro. Uma cidade que não tem cuidado com a cultura não tem condições de avançar em nenhuma outra área. É preciso saber de onde viemos para planejar onde queremos chegar. O fogo destruiu muita coisa, mas nossa história não será queimada. A memória de Americana não pode e não vai virar cinzas.
Fones (19) 3461-7887 | (19) 3461-3737