Os brasileiros não estão otimistas de que poderão voltar às suas rotinas pré-pandemia neste ano. A pesquisa Global Advisor 2021 Predictions, realizada pela Ipsos desde 2012 para analisar as expectativas de cidadãos do mundo sobre o ano que se inicia, apontou que somente 41% dos respondentes do Brasil acreditam que a vida no país voltará ao normal após os efeitos da crise do novo coronavírus.
A previsão brasileira reflete exatamente a opinião disseminada globalmente. Na média dos 31 países ouvidos pelo levantamento, o percentual de pessoas que não apostam em um retorno à normalidade também é de 41%. As nações que mais acham que 2021 será um ano normal – diferentemente do período pandêmico de 2020 – são China (90%), Arábia Saudita (75%) e Índia (63%). Por outro lado, França (16%), Reino Unido (23%) e Japão (26%) são os menos otimistas.
As expectativas para o ano que se inicia são pautadas no pessimismo de quase todas as nações. Em apenas três de 31 países, mais da metade dos respondentes acredita que o mundo mudará para melhor por causa da pandemia de Covid-19. São eles: Índia (62%), Arábia Saudita (58%) e Peru (51%). No Brasil, só 21% acham que o mundo será melhor em 2021. A média global é de 30%.
Além disso, somente um em cada quatro brasileiros acredita que, em 2021, a economia do país se recuperará completamente dos efeitos da crise sanitária. Chineses (92%), sauditas (76%) e malasianos (61%) são os mais esperançosos, enquanto Reino Unido e Bélgica (ambos com 11%), França (14%) e Canadá (15%) duvidam de uma retomada econômica. Considerando as 31 nações, são 32%.
Para a maioria, cuidados de proteção não devem ser mantidos
Um dos hábitos que o ano de 2020 trouxe para grande parte dos cidadãos do Brasil e do mundo foi o uso de máscaras, a fim de evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Segundo afirmam os brasileiros, no entanto, a prática não deve ser mantida em 2021. Menos da metade dos entrevistados localmente (45%) acredita que as pessoas continuarão a usar máscaras em lugares públicos daqui um ano. Contabilizando todas as nações, são 61%.
Os índices mais altos de apoio às máscaras em lugares públicos foram em países orientais: Malásia (86%), Japão (83%) e China (81%). Em contrapartida, Suécia (18%), Nova Zelândia (30%) e Austrália (37%) não devem fazer deste um hábito recorrente no futuro.
Apesar de o endosso ao uso de máscaras em 2021 não ser alto, um número significativo de pessoas acredita que o ano pode trazer mais uma situação de crise na saúde mundial. No Brasil, 46% acham que haverá outra pandemia global causada por um novo vírus. A média entre todos os países é de 47%.
Expectativa de vacina contra Covid-19 segue alta
Desde que a pandemia se instaurou no planeta, em meados de março de 2020, há a expectativa de que uma vacina seja desenvolvida para conter a doença. Para 2021, a esperança da população em uma vacinação eficaz segue alta. Entre os respondentes do Brasil, 73% acreditam que uma vacina bem-sucedida contra a Covid-19 será desenvolvida. Os mais esperançosos são China (92%), Israel e Malásia (empatados com 84%), e Arábia Saudita (80%). Em contrapartida, França (48%), Polônia (53%) e Alemanha (55%) são mais céticos em relação ao desenvolvimento de uma imunização efetiva.
Mesmo que a expectativa se concretize e que o mundo tenha uma vacina eficaz contra a Covid-19 em 2021, parte dos entrevistados não acredita que ela será amplamente disponibilizada em seus países. No Brasil, 62% confiam que a vacinação estará disponível em larga escala. No mundo todo, são 60%.
A pesquisa foi realizada com 15.700 entrevistas on-line, com adultos entre 16 e 74 anos de 31 países. Os dados foram colhidos entre os dias 23 de outubro e 06 de novembro de 2020. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.
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