No mês da visibilidade lésbica, a cantora e compositora carioca Zélia Duncan vai lançar hoje, dia 26 de agosto, às 18h, seu novo clipe “Medusa”, que retrata desfechos nem sempre felizes em relacionamentos entre mulheres. Na mitologia grega, Medusa é uma mulher trágica que transforma em pedra qualquer pessoa que olhe diretamente para seu rosto e seu cabelo de serpentes. Já na música, Zélia relaciona a petrificação da personagem com os sentimentos de solidão e incapacidade que surgem logo após um término doloroso.
Em “Medusa”, a cantora passa por um processo de superação que a leva para uma nova fase de autoconhecimento e transformação, permitindo-a superar os obstáculos que ela mesma, sem perceber, colocou em seu caminho. “Durante a feitura do clipe descobri que minha maior Medusa sou eu mesma. Só que não posso me deixar paralisar, pois o mundo me espera do lado de fora. O clipe me deu outras dimensões”, afirma Zélia Duncan.
Devido à pandemia, o clipe precisou ser adaptado e se transformou em uma animação 3D. “É uma alegria especial ver o clipe estrear depois de tantos percalços, incluindo a pandemia que nos impediu de fazer a ideia original, de um clipe presencial, que já estava com roteiro pronto”, conta a cantora. “O processo foi difícil e, por conta da distância forçada, demorou ainda mais. Mas eu confiei muito nos meus diretores Clarissa e Lorre, sempre atentos, que me estimularam e resolveram todas as questões que apareciam”, diz.
Para Clarissa Ribeiro, diretora e montadora do I Hate Flash e responsável pela produção do clipe, a sensação é de dever cumprido. “Estamos muito felizes e satisfeitos com o resultado e com a excelente equipe que formamos, contando com grandes nomes como a artista gráfica Bárbara Kani, também mulher lésbica”, aponta. “Reformular todos os nossos planos e optar por dirigir um clipe totalmente em 3D foi uma experiência de grade aprendizado. Ser tão jovem e vir de uma realidade onde me parecia impossível ocupar a posição de diretor é, de fato, a realização de um grande sonho. E agora todos podem embarcar nessa viagem conosco”, finaliza o também diretor, Lorre Motta.