Segundo levantamento da comunidade independente Distrito, as startups do Brasil receberam mais de R$ 3,2 trilhões (US$ 622 milhões) de grandes empresas. Isso se deu através de 22 aportes entre janeiro e julho de 2021. Estes números representam uma multiplicação de mais de três vezes em cima dos aportes de 2020 — no caso, US$ 199 milhões em 27 negociações.
De acordo com o estudo, cerca de 70% dos investimentos mapeados pelo Distrito ocorreram nos estágios iniciais das startups — isto é, seed e pré-seed. As startups chamadas de martechs, da área de marketing e publicidade, captaram US$ 28 milhões (R$ 147 milhões).
O nome startup traz em si o significado de iniciar uma novidade, uma coisa nova. Ou seja: não é como uma empresa comum que simplesmente começa. O termo é comumente relacionado à inovação e pesquisa, trazendo ao mercado algo que não era feito daquela maneira.
Facebook e Google são excelentes exemplos de startups que cresceram e se tornaram ponta de lança na inovação global. A missão dessas corporações é propor soluções criativas, únicas e fora da caixa para resolver algum determinado problema. As startups precisam ter a visão de mundo de uma criança, revolucionar ou até mesmo criar novos mercados.
Alessandra Andrade, vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo e coordenadora do Conselho de Inovação (Conin) da entidade, explica sobre a fase de intenso crescimento de nossas startups. “Temos no país as chamadas startups unicórnio, com faturamento de mais de R$ 1 bilhão ao ano. O sucesso desses empreendimentos deixou a estrada livre para as startups menores conseguirem aportes também. É um mercado muito promissor.”
O país acumula 212 rodadas de investimentos de empresas em startups desde o ano 2000, quando começou a medição. Dessas, 162 tiveram os valores revelados. Neste último caso, o total foi de US$1,3 bilhão (R$ 6,8 bilhões). As startups de varejo, também conhecidas como retail techs, contam com alto destaque: receberam 17 aportes que somaram US$ 206 milhões (R$ 1 bilhão).
“As startups são estruturas empresariais inovadoras, concebidas de maneira que cresçam rapidamente. Isso significa, na prática, que elas têm algo que podem vender para um mercado muito grande e que, normalmente, não está disponível para empresas comuns. O mercado de tecnologia é o grande filão para as startups que têm a inovação no DNA”, explica Alessandra Andrade.
Até mesmo uma entidade tradicional como a Associação Comercial de São Paulo, porém sempre conectada ao futuro, está caminhando junto com essa tendência. A ACSP criou um novo espaço no Centro Histórico da capital paulista, o Pateo 76, inaugurado em agosto, e também lançou em julho passado o programa de impulsionamento Ac boost, direcionado às startups, provando que o futuro já chegou.
Alessandra Andrade finaliza sintetizando o potencial promissor das empresas: “O diferencial das startups mora justamente na possibilidade de se conectarem com o ecossistema, fortalecendo o setor em que atuam e, como consequência, o próprio empreendimento”.
Ac boost
AC boost é o programa de fomento à inovação da ACSP, construído por uma instituição que tem 126 anos de existência e traz em seu DNA a transformação de negócios tradicionais em marcos de inovação. O programa impulsiona startups legalmente constituídas que estejam em fase final de validação, em mercado ou em tração.
A proposta do Ac boost é apoiar as startups no desenvolvimento do negócio, ajustes no produto, governança, captação de recursos ou outros aspectos que impactam no crescimento da startup. A partir da estrutura da ACSP, o Ac boost conecta os empreendedores com uma ampla rede de consultores, mentores, investidores, parceiros corporativos, entre outros. Clareza nas regras, mas flexibilidade para se adaptar às mudanças do mundo.
Alessandra Andrade, Vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), onde também preside o Conselho de Inovação – CONIN, e o recém-criado HUB de Inovação Pateo76. Na Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP é Gestora do Business HUB e coordena a área de empreendedorismo e inovação da instituição. É mentora, professora, palestrante e apresentadora da websérie S.O.S. Empreendedores, no YouTube da ACSP. Com extensa e forte atuação no associative, participou, fundou e dirigiu diversos movimentos de empreendedores pelo Brasil, alcançando a Vice-Presidência da Confederação Nacional dos Jovens Empresários – CONAJE. É graduada em administração com habilitação em Comércio Exterior pelo Mackenzie, MBA em Gestão de Mercado de Luxo pela FAAP, Pós-MBA em Formação Avançada para Conselhos de Administração (ABPW) pela Saint Paul Escola de Negócios, e possui diversas especializações, entre elas: Educação Empreendedora pela Babson School, Liderança e Governança Corporativa pela London School of Economics e Estratégia de Inovação Disruptiva pela Harvard.