Apesar da metragem diminuta, o studio 29 garante toda a funcionalidade necessária ao morador, conforme projetado pela arquiteta Leticia de Nóbrega
As grandes cidades brasileiras, como São Paulo, vem acompanhando uma expansão imobiliária de imóveis compactos que chegam a oferecer, no máximo, 45 m². Viver em apartamentos studios, muitas vezes situados em localizações mais centrais e próximos a locais de trabalho ou de estudo, se torna também um estilo de vida. Mas isto não quer dizer que o morador viverá mal instalado ou com a nítida ausência de questões que só existiriam se o ‘apto fosse maior’. O segredo é executar uma arquitetura alinhado com o estilo de vida, demanda e adaptado às características do local.
A arquiteta Letícia de Nóbrega é experiente na execução de projetos ‘enxutos’, como o studio, com apenas 29m², que ela realizou no bairro da Liberdade, região central de São Paulo. Para um investidor que o adquiriu com o intuito de alugá-lo, à primeira vista o layout aparentava ser demasiadamente estreito. Contudo, ela afirma que a metragem é eficaz para proporcionar uma acomodação alinhada com o lifestyle, que pede muita praticidade, sem perder um detalhe especial: o aconchego! “O projeto ficou super versátil e foi pensado para uma pessoa que mora sozinha e trabalha ou estuda. Mas também pode acomodar perfeitamente um casal”, explica a profissional, que assumiu o trabalho de arquitetura interiores de acordo com as aspirações do proprietário.
Seu ponto de partida foi a pluralidade: o décor clean fornece espaços para que o locatário acrescente cores, conforme a própria personalidade, e possa tornar o studio mais personalizado. Junto com o intuito de agradar em maior volume, a paleta de tons claros, presente nas paredes e no mobiliário, contribui para ampliar a percepção visual dos ambientes. “Esse conceito clean e mais minimalista, que combina madeira clara e preto e branco com toque de cor na decoração – mais os itens soltos -, tem maiores chances de agradar os diversos estilos de vida e perfis”, acrescenta Letícia. “Uma vez que o imóvel era para aluguel, preferimos optar leva leveza visual, mesmo com bastante trabalho em marcenaria.”
Ao invés de um espelho no comprimento da parede, a instalação de uma moldura em marcenaria com algumas prateleiras, acrescentaram mais pontos de decoração e organização dos itens pessoais. A marcenaria azul, escolhida pela arquiteta Leticia de Nobrega, adiciona um ponto suave de cor | Foto: Lucas Karam
Armazenamento
Outro aspecto relevante na elaboração do projeto foi a implementação de múltiplos pontos de estocagem, sem prejudicar o ambiente. Com a sua flexibilidade, a marcenaria, então, tomou conta! Os cômodos integrados foram delimitados gradativamente, promovendo uma suavidade aos olhos.
O carvalho da marcenaria, combinado com o revestimento branco, complementa todo o conceito neutro do projeto, além de garantir o conforto da madeira e propiciar múltiplos locais de armazenagem na área dedicada ao quarto projetado pela arquiteta Leticia de Nobrega | Foto: Lucas Karam
Em uma efetivação inteligente da arquiteta Leticia de Nobrega, a sequência de uma mesma face da parede incluiu a disposição da cozinha, que recebeu inclusive uma lava e seca, e que foi seguida pela estrutura da marcenaria para a instalação da TV. O prolongamento do rack propiciou um espaço para as refeições | Foto Lucas Karam
Drywall resolve a vida
Multifuncionalidade
Para aproveitar cada cantinho, a área destinada à sala de estar fica bem ao lado da cozinha. Aos pés da cama, o sofá posicionado está posicionado no móvel em MDF com armários de portas ripadas, painel para a TV, rack e uma bancada usada também como uma mesa para rápidas refeições. Enquanto isso, no quarto, o guarda-roupas envolve a cama e engloba uma ampla prateleira e mesa de cabeceira que funciona como escrivaninha e/ou home office.
No local de uma mesa de cabeceira tradicional, a arquiteta Letícia de Nóbrega estendeu a profundidade do mobiliário para aproveitar espaço e incluir em uma escrivaninha, item este que, em tamanho padrão, não caberia no imóvel. Ideal para os momentos de estudo ou de home office | Foto: Lucas Karam
No entanto, alguns percalços surgiram no meio do caminho. Como não há uma lavanderia coletiva no empreendimento, o desafio era implementar a área de serviço no studio. A inserção foi possível com a instalação de uma máquina lava e seca abaixo da bancada da cozinha. Na parede oposta, Letícia incluiu um tanque esculpido em pedra e com tampo que otimizou o espaço.
Para resolver a questão da lavanderia e não atrapalhar a circulação dos moradores, a máquina lava e seca foi encaixada logo abaixo do tampo da cozinha permitindo, assim, a criação de mais armários para armazenamento de produtos de limpeza, por exemplo, na parede oposta | Foto: Lucas Karam
Sobre a arquiteta Letícia de Nóbrega
Captar a essência de cada cliente e contar as suas histórias nos espaços em que habitam é o que move não somente Letícia de Nóbrega como também o escritório que leva seu nome. Para ela e seus colaboradores, a arquitetura é sobre escolhas, mudanças e estilo de vida.
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