Poder, escândalo, futebol e mídia. Silvio Berlusconi, o extravagante bilionário

e ex-primeiro-ministro italiano que já se descreveu como o “Jesus Cristo da política”, morreu em um hospital de Milão aos 86 anos, confirmou sua assessoria de imprensa nesta segunda-feira (12).

Ele teve como genro o craque brasileiro Alexandre Pato, hoje namorando filha de outro idoso de mídia, Silvio Santos, 92.

Berlusconi, que tinha um histórico recente de problemas de saúde, havia sido diagnosticado recentemente com leucemia, informou o Hospital San Raffaele de Milão.

Ele havia sido internado no hospital anteriormente com problemas respiratórios e compareceu a um check-up na sexta-feira (9).

O político, que por muito tempo foi considerado a figura pública mais marcante da Itália, foi eleito primeiro-ministro três vezes e serviu por um total de nove anos, mais do que qualquer outro desde o ditador fascista Benito Mussolini.

O ex-premiê italiano ficou muito conhecido no Brasil depois das acusações de strippers que diziam que ele pedia para usarem máscaras do Ronaldinho Gaúcho nas casuais orgias Bunga-Bunga. Ele era tido como o promotor das festas (“bunga bunga”) com dançarinas e prostitutas.

Ele enfrentou um processo por abuso de poder e incitação à prostituição de menores. Uma das garotas que teriam frequentado as festas é a marroquina Karima el Mahroug (“Ruby rouba-corações”), que foi pivô da ação judicial. Outras jovens foram chamadas à corte de Milão para contar o que viram nas “bunga bunga”. Até uma brasileira esteve envolvida no processo.

Marcha Trans ocupa ruas centrais de SP

Carinhosamente apelidado de “Il Cavaliere” (O Cavaleiro), sua carreira foi marcada por uma série de escândalos políticos, financeiros e pessoais, muitos dos quais o levaram à Justiça. Ele foi julgado por acusações que vão desde evasão fiscal e suborno até corrupção e sexo com uma prostituta menor de idade. Mas apenas em um caso ficou preso – uma condenação em 2012 por sonegação de impostos em um acordo envolvendo direitos televisivos.

Berlusconi foi eliminado do parlamento em 2013. Mas nunca desistiu da política, ele ressurgiu no início de 2018 como uma espécie de estadista avô, o criador de uma aliança de direita envolvendo seu partido Forza Italia.

Depois que o Tribunal de Milão lhe concedeu “reabilitação” no final daquele ano, suspendendo efetivamente a proibição de reingressar na política que vigorava após sua condenação por fraude fiscal em 2012, ele anunciou que concorreria a uma vaga no Parlamento Europeu.

Foi eleito em maio de 2019, com 83 anos, e permanecia no cargo de Deputado ao Parlamento Europeu à data da sua morte.

Berlusconi também liderou seu partido Forza Italia, que ele reviveu em 2013 depois de deixar o partido Povo da Liberdade, à vitória com a coalizão de centro-direita com Giorgia Meloni e Matteo Salvini em setembro de 2022, embora não tivesse uma pasta no governo.

Berlusconi ainda foi o principal acionista do Milan, um dos clubes de futebol mais tradicionais da Itália e da Europa, entre 1986 e 2017, quando vendeu a operação para um grupo de investimento chinês.

Em publicação no Twitter, o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, manifestou pesar. “Uma dor grande, enorme. Ele deixa um vazio enorme porque ele foi ótimo. Uma era acabou, uma era está se encerrando”, disse.

A morte de Berlusconi já teve repercussão logo pela manhã nesta segunda-feira.
No twitter o AC Milan escreveu
É com imensa tristeza que comunicamos o falecimento do ex-proprietário do Milan, Silvio Berlusconi (86), na manhã desta segunda-feira. Berlusconi é o presidente mais titulado da história do futebol italiano, responsável por engrandecer ainda mais a história do Milan.

 

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