A produção industrial brasileira aumentou 0,3% em maio

nos dados com ajuste sazonal. O resultado do mês veio pouco abaixo da projeção da FIESP (+0,4%). Frente a maio de 2022, houve aumento de 1,9%. Esse resultado no mês foi puxado pela indústria extrativa (+1,2%), dado que a indústria de transformação apresentou leve queda (-0,1%). No acumulado em 12 meses, o setor industrial se manteve em estabilidade – Gráfico 1.

Gráfico 1: Produção Física Industrial (PIM-PF)

Variação acumulada em 12 meses

Mesmo com avanço de 0,3% em maio, produção industrial sofre

Fonte: elaboração FIESP a partir de dados do IBGE

O aumento da atividade industrial na passagem para maio foi espraiado em 19 dos 25 setores pesquisados, nos quais as influências positivas mais relevantes foram observadas em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+7,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (+7,4%) e máquinas e equipamentos (+12,3%). Já o impacto negativo em maio foi exercido por produtos alimentícios (-2,6%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%).

Em relação às grandes categorias econômicas, houve aumento em três das quatro na comparação com o mês anterior, sem influências sazonais. A maior variação foi observada em bens de consumo duráveis (+9,8%), seguido por bens de capital (+4,2%), ambos voltaram a crescer após queda no mês anterior. Em abril bens de capital havia reduzido a produção em 11,8%. A recuperação desse grupo na leitura de maio está relacionada com o aumento da fabricação de máquinas e equipamentos, que, por sua vez, foi puxada pela maior produção voltada para o setor agrícola e para a área de construção.

Na mesma comparação, bens de consumo duráveis recuperou a queda de 4,5% observada em abril. Já o segmento de bens intermediários ficou perto da estabilidade (+0,1%), enquanto o grupo produtor de bens de consumo semi e não duráveis (-1,1%) apontou o único a registrar recuo na produção em maio de 2023.

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Análise do cenário pela FIESP

A despeito do crescimento observado em maio, puxado pela indústria extrativa, uma expansão mais forte do setor industrial vem sedo limitada por um balanço de forças desfavorável. Destaca-se o patamar elevado da taxa de juros, com implicações sobre endividamento das empresas e das famílias. Adicionalmente, é necessário cautela em relação à força da economia mundial. Nesse contexto, a perda de dinamismo se mantém entre os segmentos. A Figura 1 representa o Mapa de Calor da produção industrial por atividades.

 

Figura 1: Mapa de calor da Indústria (Mai/22 – Mai/23)

Fonte: elaboração FIESP a partir de dados do IBGE.

Fonte: elaboração FIESP a partir de dados do IBGE.

O mapa mostra que, na indústria de transformação, 2 atividades estavam acelerando (Forte + Muito Forte), 9 desacelerando (Fraca + Muito Fraca), e 13 neutras em maio de 2022. No mesmo período de 2023, esse fraco dinamismo foi mantido, com 6 atividades acelerando, 10 arrefecendo e 8 atividades neutras.

Somente duas atividades permanecem com crescimento acima da média histórica (muito forte): a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis e a fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos. O primeiro seguimento registrou o quarto mês consecutivo de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 15,0%. O segundo, mesmo com queda em maio, mantém um crescimento acumulado no ano de 14,6%. Ambos os segmentos são mais resilientes ao aperto monetário.

A expectativa da FIESP para o desempenho da produção industrial nos próximos meses é de baixo dinamismo entre as atividades, com projeção de -0,5% em 2023, que, se confirmada, será a sétima queda em 10 anos. O quadro de fraco desempenho do setor pode ser amenizado com uma redução forte dos juros e medidas que melhorem o ambiente de negócio, como a reforma tributária.

Em posse dos últimos dados econômicos divulgados, segundo o Data Tracker FIESP[1], a projeção para o PIB no 2º trimestre de 2023 é de crescimento de 0,2% em relação ao 1º trimestre do ano. Para 2023, a Fiesp espera crescimento de 2,6% do PIB.

[1] Sistema de projeções, baseado em modelos econométricos de alta frequência (dados mensais), que buscam monitorar, de forma tempestiva, as variações do PIB.

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