Representantes das três universidades públicas paulistas
– Unicamp, USP (Universidade de São Paulo) e Unesp (Universidade Estadual Paulista) – assinaram, na última segunda-feira (10), no Palácio dos Bandeirantes, na cidade de São Paulo, um protocolo de intenções com o governo estadual para a adesão ao Vestibular Paulista Seriado, o chamado Provão Paulista. O documento foi assinado pelos reitores Pasqual Barreti, da Unesp – que também é o atual presidente do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) –, Antonio José de Almeida Meirelles, da Unicamp, e Carlos Carlotti, da USP.
A nova modalidade de acesso criará uma porta de entrada exclusiva nessas universidades para os estudantes da rede estadual de ensino. Juntas, as três deverão oferecer cerca de 2.800 vagas para ingresso já em 2024. No total, o novo sistema deverá abrir cerca de 13 mil vagas em cursos superiores da USP, da Unicamp e da Unesp, além da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) do Centro Paula Souza.
A parceria das três universidades com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, que criou o Provão Paulista, prevê um auxílio a ser pago pelo órgão para alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. De acordo com a secretaria, essa seria uma forma de mitigar os riscos de evasão ou abandono durante o curso universitário. O programa estadual também deve contemplar o oferecimento de bolsas para estudantes do último ano dos cursos de licenciaturas das universidades estaduais paulistas para que cumpram estágios nas escolas da rede estadual de ensino.
O reitor da Unicamp destacou alguns aspectos importantes dessa iniciativa. Meirelles lembrou tratar-se de um processo de seleção que pode alcançar 440 mil alunos do final do ensino médio e ensino técnico do Estado, permitindo aos melhores alunos do sistema público de educação o acesso às universidades estaduais. Para o reitor, é importante, também, a participação direta do governo estadual e da Secretaria da Educação no auxílio, via bolsa, à permanência estudantil nas universidades. Avalia, ainda, que a medida permitirá um aprimoramento do ensino médio público no Estado.
“Acho positivo [esse acordo], pois aumenta nossa conexão com a comunidade paulista, amplia imensamente a participação de estudantes de escolas públicas em nosso processo de seleção, auxilia a permanência estudantil de alunos vulneráveis nas universidades estaduais e amplia o potencial efeito das universidades públicas no aperfeiçoamento do ensino público paulista”, resumiu. Meirelles lembrou que os detalhes do protocolo de intenções estão sendo negociados e que terão de ser aprovados nas instâncias da Unicamp em um futuro próximo.
Cruesp
Para Barreti, a adesão ao programa está alinhada tanto à missão universitária quanto ao momento educacional do país, que enfrenta desafios para reduzir a evasão no ensino médio e para estimular o jovem a ingressar no ensino superior. “O projeto que as universidades desenharam, com os pró-reitores e a Secretaria da Educação, é bastante completo. Prevê o acesso, a permanência, a integração das nossas licenciaturas com o ensino médio. Hoje, estamos celebrando um momento muito importante, um projeto estruturante que há muito não tínhamos na educação”, acrescentou.
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O provão deve ser aplicado sem taxas nem deslocamento do estudante. A nova modalidade de avaliação estreia em novembro deste ano, com questões de múltipla escolha e redação. Neste primeiro ano de implementação, para fins de ingresso no ensino superior em 2024, deve ser considerado apenas o desempenho dos alunos do último ano do ensino médio público. Não obstante, o alcance do exame será ampliado gradativamente a fim de abarcar todos os matriculados nessa fase do processo educacional. O vestibular seriado irá considerar o desempenho do estudante ano a ano. O ingresso no ensino superior será concedido àqueles com melhor média ponderada.
“Estamos falando de 13 mil vagas que serão preenchidas pelos alunos da nossa rede pública por meio do Provão Paulista. Isso não seria possível se não tivéssemos a colaboração de nossos reitores. Estamos dando um grande passo, que será transformador para muitos estudantes”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas.
“Não estamos apenas dando acesso ao ensino superior, mas, sim, acesso às melhores universidades do país. A educação de São Paulo se orgulha de liderar esse processo de inclusão”, afirmou o secretário da Educação, Renato Feder.
“Este é um momento de alegria. Estamos conseguindo uma inclusão efetiva, garantindo a integração de atividades, a sinergia de duas secretarias, quatro universidades e o Centro Paula Souza. É uma iniciativa motivadora e que certamente vai diminuir a evasão no ensino médio e melhorar o interesse do aluno para continuar estudando ano a ano”, disse o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan.
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