Por que o futebol feminino ainda é estranho para muitos

Por Jan Luiz Leonardi

Mesmo com as conquistas, principalmente as individuais, como as da jogadora Marta, e com várias atletas atuando na Europa, o futebol feminino ainda causa estranheza em muitas pessoas, e isso não é só no Brasil. Pesquisa realizada no Reino Unido, mostra uma atitude misógina de 68% dos homens em relação ao esporte, quando praticado por mulheres.

  1. Percepção cultural: o futebol é visto como um “esporte masculino” e historicamente foi dominado pelos homens.
  2. Sexismo: infelizmente, o preconceito de gênero ainda está  presente em nossa sociedade.
  3. Desigualdade de investimento: o futebol feminino recebe menos investimento do que o masculino, isso pode causar a impressão de que é menor qualidade ou menos importante.
  4. Falta de visibilidade: recebe menos atenção da mídia. Isso pode levar a um ciclo vicioso: a mídia justifica sua falta de cobertura, alegando que não há interesse suficiente no futebol feminino, sem cobertura da mídia, o esporte tem dificuldade em atrair novos fãs e jogadoras.
  5. História mais curta: tem uma história muito mais curta do que o masculino. A primeira Copa do Mundo de futebol masculino foi em 1930, já a primeira Copa do Mundo de futebol feminino ocorreu 60 anos depois, em 1991.

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A psicologia ensina que sempre há um elemento de estranheza com aquilo que é novidade, com o desconhecido. As pessoas estão acostumadas a ver homens jogando futebol e a ouvir vozes masculinas narrando os jogos. Ver uma mulher jogando ou narrando partidas imediatamente é percebido como algo esquisito.

Por que o futebol feminino ainda é estranho para muitos

Felizmente, a psicologia também nos dá a solução: a familiaridade surge da exposição. Com o passar do tempo, começamos a normalizar as coisas que experienciamos regularmente. As coisas que são constantes e duradouras em nossa cultura tendem a se tornar os padrões que aceitamos.

Jan Luiz Leonardi é psicólogo, formado em Terapia Comportamental Dialética pelo Behavioral Tech, dos EUA, com mestrado em Psicologia Experimental pela PUC-SP e doutorado em Psicologia Clínica pela USP. É coordenador do Clube de Excelência em Psicologia Baseada em Evidências.

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