O linfoma não Hodgkin é um tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático, uma rede de pequenos vasos e gânglios linfáticos, que é parte tanto do sistema circulatório como do sistema imune.
Segundo a hematologista e professora do curso de Medicina do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), Carolina de Melo Fernandes Rolo, esse é um dos tipos de câncer hematológico mais comuns que existe. No entanto, os cânceres hematológicos são considerados raros se comparados com outros que atingem os adultos, como de próstata, cólon e mama.
“No linfoma não Hodgkin, é possível notar uma grande variedade gigantesca com mais de 20 tipos diferentes, que podem ser indolentes ou agressivos. Dependendo da análise patológica, é possível diagnosticar o tipo que afeta o paciente”, complementa Carolina.
De acordo com a docente, na maioria das vezes não é possível estabelecer a causa do linfoma, mas é possível notar alguns fatores de riscos. Dentre alguns exemplos, estão exposição a produtos químicos e alguns tipos de vírus, que podem desencadear o linfoma não Hodgkin.
Esse câncer, assim como o linfoma Hodgkin, acomete os linfonodos, órgãos espalhados pelo corpo humano. É comum que o paciente queixe de um aumento de tamanho dos linfonodos quando tem o câncer: por exemplo, é comum o aumento desses órgãos na garganta infeccionada e sua diminuição com o passar da inflamação; caso não diminua ou aumente sem aparente infecção, deve-se buscar um serviço médico.
“Se por acaso esse linfonodo aumentar progressivamente sem apresentar uma infecção concomitante e o paciente perceber um crescimento em algumas partes do corpo, como pescoço, axila e virilha, é importante procurar um especialista, pois pode ser um indício de linfoma não Hodgkin”, frisa Carolina.
O paciente também pode apresentar perda de peso, febre, suores durante a noite e alguns outros sintomas relacionados, como anemia, queda de imunidade e facilidade para sangramento.
Quanto a cura, Fernandes explica que vai depender bastante do subtipo do linfoma Não Hodgkin. “Existem os indolentes e os agressivos. No primeiro, normalmente sabemos que se multiplicam mais devagar, geralmente não têm cura, e muitas vezes o paciente vai ser assintomático, conseguindo conviver com a doença e, em algumas ocasiões, falecerá de outros motivos”, diz.
Já os agressivos apresentam possibilidade de cura e a taxa vai depender do subtipo. “O mais comum do tipo agressivo é o não Hodgkin de grandes células B. Quando esse linfoma é localizado, o paciente pode ter uma taxa de cura acima de 80%, segundo a literatura médica. E nas situações em que estiver mais avançado e acometer outros órgãos, a taxa pode cair em torno de 50%”, informa.
A hematologista e professora do Unipê afirma que o tratamento também depende do tipo de linfoma. “No caso dos indolentes, se o paciente estiver assintomático, dependendo da situação ele não vai precisar realizar tratamento, enquanto nos agressivos, na maioria das vezes ele será tratado com quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia. Em algumas situações, indicamos também o transplante de medula óssea”, finaliza.