O jogador Neymar ficará 6 meses afastado para tratar uma lesão

grave que sofreu durante o jogo da Seleção contra o Uruguai. Ele rompeu o ligamento cruzado anterior e será submetido a uma cirurgia. Durante sua carreira, segundo levantamento feito por veículos de imprensa esportivos, o jogador sofreu dezenas de lesões que o afastaram dos gramados por mais de 500 dias. Mas, afinal, por que os craques de futebol sofrem tantas lesões?

nutricionista esportivo Diogo Cirico, responsável técnico da Growth Supplements, explica que, nos últimos anos, quatro mudanças acentuaram esses riscos. “O aumento da rivalidade em campo, devido à alta pressão econômica, aumenta o vigor nas disputas pela bola; aumento do nível técnico e físico dos atletas, que aumenta a exigência e desgaste muscular; redução do período de descanso entre jogos e campeonatos; e recuperação inadequada de lesões”, enumera.

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Estresse e imunidade
O desafio, diz o especialista, é a manutenção da integridade física dos jogadores ao longo da temporada e da carreira. “O futebol de elite movimenta muito dinheiro e, por isso, submete o profissional a uma alta exigência física e a uma forte pressão psicológica. Esses dois fatores podem enfraquecer a imunidade e aumentar o risco de doenças dos atletas”, afirma.

Por que jogador profissional sofre tantas lesões?
Neymar sofreu grave lesão no jogo de terça e será operado

Nutrição pós-férias
A forma como o organismo dos jogadores é demandando muda muito durante a pré-temporada, a temporada e as férias. “Na pré-temporada há cargas de treino elevadíssimas para recuperar a condição técnica e física dos jogadores depois das férias. Muitos voltam acima do peso e são submetidos a uma restrição alimentar. O problema é que essa restrição pode reduzir a oferta de nutrientes para o músculo e a sua capacidade de recuperação total, deixando o atleta mais suscetível a lesões”, explica.

Mais jogos, menos descanso
Outro fator que amplifica o risco de lesão é o pouco tempo de descanso entre os treinos e jogos. “Quando se exercita muito, o corpo libera substâncias que provocam inflamações no músculo e favorecem o catabolismo e a resistência anabólica, ou seja, o músculo não consegue se renovar. O problema é que essas substâncias não afetam só os músculos, mas também os tendões, os ossos, os ligamentos. Por isso o descanso e uma nutrição adequada são fundamentais para atletas”, observa.

Arquitetura da dieta
Cirico explica que a alimentação dos jogadores deve ser montada com cuidado, pois tem o poder acelerar a recuperação muscular, ao otimizar o funcionamento do sistema imunológico. “Os jogadores têm que consumir a quantidade adequada de calorias (algo em torno de 30 a 35 calorias para cada quilo de peso) e 70% devem vir dos carboidratos. Mas durante o jogo há uma queda de até 90% das reservas energéticas, o glicogênio muscular, que demora até 72 horas para ser recomposto. Por isso é fundamental consumir a quantidade adequada de vitaminas, minerais, fibras, prebióticos e fitoquímicos que ajudam a recuperar o músculo”, comenta.

A alimentação também deve ser rica em vitaminas do complexo B, vitamina C, vitamina E, vitamina D, ferro, cálcio, zinco, fósforo, selênio, cobre, manganês e Ômega 3. “Esses nutrientes não estão em um único alimento, por isso é recomendável consumir pelo menos 7 porções de vegetais ao longo do dia, além de grãos, proteínas, leite e derivados; ter baixo consumo de industrializados; baixo consumo de gordura saturada e um estado de hidratação adequado”, enumera.


O nutricionista esportivo Diogo Cirico

Cuidado com o álcool e processados
Uma dieta rica em alimentos industrializados, com maior quantidade de gordura trans e gordura saturada, aumenta a inflamação muscular e é extremamente prejudicial ao jogador. O mesmo acontece com o consumo de álcool, que reduz a resposta muscular e de adaptação aos treinos. “Isso também aumenta o risco de lesões”, pontua.

Recuperação e reincidência
Quando um jogador importante, como Neymar, se lesiona, há vários prejuízos para a equipe. Isso leva os clubes a buscarem formas mais rápidas de recuperação e tratamento. “Quando a recuperação não é feita de forma adequada, o risco da reincidência dessa lesão aumenta muito”, comenta Cirico.

Nessa fase o atleta tem que ajustar de forma precisa as calorias, reduzindo os carboidratos, aumentando as proteínas e os nutrientes com ação antioxidante e anti-inflamatória. “Quando se recupera de uma lesão, costuma ocorrer a redução da massa muscular, aumento da resposta inflamatória e um processo de mineralização óssea. O foco vai ser preservar a massa muscular e dar suporte para o sistema imune, com arroz, feijão, legumes, frutas, verduras, carne, ovos, leite e derivados”, enumera.

Cirico explica que a suplementação pode ser uma aliada, mas tem que ser estudada. “A creatina, por exemplo, ajuda a manter e a recuperar a massa muscular. Em relação às vitaminas, é preciso verificar se a alimentação dele é rica em fontes de vitamina C, magnésio, cobre, zinco e potássio, por exemplo. Só depois dessa análise é que deve ser introduzida uma suplementação”, completa.

 

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